segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Dia 30 de dezembro - Natal

É assim: sou católica não-praticante, então não tenho aquele sentimento de que Natal é o nascimento de Cristo. Também não tenho mais Papai Noel, mas confesso que amo ganhar presentinhos.

Natal para mim é família. É jantar juntos uma comida especial e todo mundo olhar para todo mundo com um olhar diferente, com uma nostalgia boa. E ver os pequenos e se divertir com eles. E ver alegria no abrir dos presentes e tentar montar as coisas juntos. E o lance dos presentes é muito legal porque não é aniversário, quando tudo é só pra um, é quando todos ganham alguma coisa realmente espetacular. E essa sintonia, essa alegria, isso sim para mim é Natal.

Então se no dia 24 eu passo sozinha - porque as crianças não estavam e eu trabalhava no dia 25 - eu passo só mais um dia sozinha, com um jantar mais cheio de frescura.

E estou escrevendo isso só porque pessoas ficaram preocupadas. Eu agradeço a vocês essa demonstração de carinho, sério mesmo! Mas a preocupação não procede, porque eu não passei o Natal sozinha.

Meu Natal será amanhã, quando os pequendos voltarem. E vai ser liiiiiiiiindo!!!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Como passar o Natal sozinha e cozinhar para um batalhão

A primeira parte é fácil. Tenha filhos e separe-se. Também tenha um trabalho que precise de pessoas sete dias por semana. Então quando as crianças forem passar o Natal com o pai, fique na escala de Natal. Pronto, agora você não tem eles na sua casa e também não pode sair da cidade para passar com sua família.

A segunda parte demanda empenho.
Esqueça que as crianças foram passar a semana fora e compre carne para todos os jantares da semana. Estoque no freezer.
Compre uma peça de picanha e uma de maminha para o cunhado vascaíno fazer quando vier te visitar. Estoque no freezer.
Compre uma corvina em postas para fazer uma caldeirada. Como é muito, estoque metade no freezer.
Aproveite que tem ova de tainha dando sopa na peixaria e compre. Estoque no freezer.
Ganhe um peru e um lombo de final de ano na empresa. Estoque no freezer.

Pronto. Agora fica fácil também. Abra o freezer no dia 23 e tire o que você vai preparar na ceia para uma pessoa e esqueça a porta dele aberta.

No dia seguinte, vá trabalhar. Não esqueça de xingar o lindo dia de sol escaldante que está fazendo lá fora. Não esqueça de xingar mais ainda quando começa a chover 10 minutos antes de você sair.

Quando chegar em casa, descubra a merda que você fez e passe a bendizer a chuva. Cozinhar com ela é sempre mais legal. Cozinhar muito não é tão legal, mas pelo menos com tudo preparado vai dar pra congelar de novo.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Só para constar

No ano passado a Megui estava por aqui em dezembro. Além disso, meu Natal foi com as crianças. Esse ano, nem um, nem outro.
Ainda não comecei a chorar, mas essa saudade me dói.
Podia ser um ano um, um ano outro, assim eu não ficava tão triste, né?

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

André, qual é o seu maior sonho?

A idéia é fazer uma entrevista a cada aniversário, no melhor estilo Anna, dos 6 aos 18, de Nikita Mikhalkov. Não bastasse eu ter atrasado a filmagem em dois meses, a pouca luminosidade e as configurações erradas da câmera inutilizaram o material.

Mesmo assim, essa parte é tão absurdamente boa que vai com baixa qualidade e tudo:

domingo, 14 de dezembro de 2008

Em uma corrida natalina, aparece Jesus entre Papais Noéis

Foi em Issy Les Moulineaux, subúrbio de Paris:


Sabe tudo de Natal esse daí. Foto da AP, tirada das imagens do dia , do Uol.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sobre chuveiros elétricos

Eu prefiro chuveiros a gás: muita água muito quente. Em prédios, os leitores individuais costumam salgar o valor do condomínio. Mas nada como outro banho com muita água muito quente para relaxar. Mas morar de aluguel tem dessas e um dia você volta ao "mais em conta" chuveiro elétrico.

Para começar, é da natureza deles torrar a resistência. O primeiro passo, claro, é pedir pra alguém trocar. Ops! Esse alguém sou eu!!!

O segundo passo é comprar uma resistência nova. Aí você descobre a original da marca do chuveiro a R$ 15 e uma genérica a R$ 7. Muquirana, levo a genérica para descobrir duas diferenças cruciais nela: ser de uma liga muito mais flexível e com pinta de vagabunda e não trazer manual de instrução.

Sim, sou mulher e leio manuais.

Lembro da primeira resistência que comprei, a original, que vinha com manual. Meu chuveiro não é dos simples, daquele que tem um ponto de um lado, outro do outro, e deu. Ele tem duas espirais e três pinos. O manual dizia algo sobre colocar a saída A no pino a, a B no b e a C no c. Obviamente, não lembro a ordem e coloquei onde achei mais adequado.

Funcionou. Bom, pelo menos pelos cinco segundos necessários para queimá-la e me deixar pelo menos mais um dia sem chuveiro quente.

E aqui vai a grande lição deste post: só compre resistências vagabundas se você tiver alguém para trocar e, em conseqüência, alguém em quem colocar a culpa. Básico.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Música para acalmar o tempo

Notei já há algumas semanas que na minha seleção musical para dirigir tem Good Day Sunshine, Here Comes the Sun e Open Up Your Heart (and Let The Sunshine In). E cada vez que toca qualquer delas eu passo adiante, tão puta eu fico com a água caindo.

Resolvi que vou mudar a seleção. Tirar essas três e pôr no lugar November Rain, Purple Rain e Crying in the Rain (essa última em homenagem a este post do Alexandre).

Quem sabe não ajuda?

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

As formigas e a chuva

Você certamente já foi criança e, naquela época, destruiu algum formigueiro. Era curiosidade e não maldade, eu sei. Jogar uma pedrinha e ver várias formiguinhas muito mais rápidas do que o normal saírem dali, fuçando o que tinha acontecido. Não importava quantas pedras jogasse, mais cedo ou mais tarde, incansáveis, elas reconstruíram.

Em 1983 eu tinha seis anos de idade e ficava muito impressionada por ver Gaspar no Jornal Nacional. Na minha escola em Joinville eu era a única que conhecia aquela cidade, onde minha mãe nasceu. Onde os irmãos, primos, tios, a mãe da minha mãe ainda moravam. Onde todos eles estavam deixando suas casas para ir para não sei onde - e eu não sei mesmo, não tinha noção naquela época. Meses depois de outubro, quando fomos visitar a cidade, havia as marcas da enchente na parede.

Tal qual as formiguinhas, eles reconstruíram Gaspar, reconstruíram Blumenau e devem ter reconstruído mais alguma cidade que deve ter ficado embaixo d'água e eu não me recordo. Brusque? Itajaí? Ilhota?

Quantas vezes você ouviu falar do Baú? Pois é, o irmão da minha mãe se mudou para lá quando não tinha nada. Nem a BR-470. Para chegar lá, tinha que ir pela Jorge Lacerda, pegar uma balsa e andar muitos quilômetros em estrada de barro. Eu estava junto quando minha irmã foi entregar o convite de casamento à bordo de um fusquinha branco. Chovia e ele chegou marrom. Mesmo.

Todos brigaram com esse meu tio. A filha mais velha tinha oito anos. A mais nova, meses. Depois das cinco meninas ainda nasceu mais um menino, lá no meio do fim do mundo. Pois adivinhe, esse meu tio "enricou" à custa de muito trabalho braçal, arroz e bananas. A casa dele, de alvenaria, tinha uma cozinha enorme, para receber não só os seis filhos, genros e noras e netos mas quem mais chegasse. Nos fundos, um mundão sem fim de arrozal para tomar banho no verão. E um galpão com trator para brincar. E um morro de pasto na frente, para descer com folha de palmeira. Eu espero que esse morro continue lá.

Família grande é assim mesmo. Quando a chuva começou, me preocupei com meus irmãos em Joinville. Depois com minha mãe em São Francisco do Sul. Depois com meus tios em Gaspar. Depois com meu tio em Ilhota. E nesse meio tempo ainda sobrava pensamentos para a família do meu pais, distribuída em Joinville, Jaraguá do Sul, Piçarras e Itajaí. Dizem que mesmo os incomunicáveis estão bem e, até provarem o contrário, eu acredito.

Agora eu me preocupo com todos. Já tenho achado 1983 longe demais, leve demais. Já não agüento mais atualizar manchetes com novos mortos e desabrigados. Já não suporto ouvir a chuva. Já não consigo ver TV nem rádio sem chorar. Nem fotos como essa, do Baú, tirada pelo Guto Kuerten e que eu surrupiei dessa matéira do DC Online. Acho que meio que para ficar mais leve jutei tudo que tinha em casa - sapatos, roupas, roupa de cama, edredons, colchonetes  - e mandei para a Defesa Civil. 

As formigas vão precisar disso tudo para recomeçar.



quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Blogs e amigos

Se tem uma coisa que eu me amarro, é blog diarinho. Sou uma voyeur compulsiva nesse sentido. Leio, claro, os blogs dos amigos - exceto os de poesia, não me odeiem, não é nada pessoal. Dou risadas, vejo fotos, leio histórias e, na maior parte das vezes, não comento.

Mas leio também blogs de desconhecidos. E, quando gosto do estilo, das histórias, das alegrias, das tristezas, viro habitué. É terrível. Eu conheço o que aquela pessoa mostra que é, eu sei de suas mágoas, compartilho suas angústias, vibro por suas alegrias e... não faço a mínima idéia de quem é realmente. É quase como ler o Diário de Anne Frank, só que em tempo real e sem saber que o final não é feliz. Quando um desses blogs some, eu sinto que perdi um amigo.

Uma amizade unilateral, já que também nunca comento, como fosse um amor platônico.

Isso deve ser doença, não? Ou pura carência?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Parou!!!

Acordei com um silêncio absurdo em casa. Para acabar com ele, acordei os dois monstrinhos. Mesmo assim, silêncio. Muito silêncio.
Me arrumei com silêncio.
Gritei para colocarem os uniformes com silêncio.
Ouvi algazarra no quarto com silêncio.
Coloquei água para ferver com silêncio.
Só quando olhei para as bananeiras no jardim que me dei conta: a chuva tinha parado.
Estou com um sorriso inexplicável na cara.

E ontem o Deco deu uma explicação para essa chuva toda:
- Mãe, chove quando Deus chora. As gotinhas são as lágrimas dele.
- Poxa, Deco, então Deus tá mal, hein? Chorando desse jeito...
- Ele deve estar muito triste com as coisas erradas que andam fazendo por aí, mãe. Estão degradando a terra. Ele também deve saber que o Dário construiu um shopping no mangue, em cima das casas dos caranguejos.
- ....

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Ana e as baratas

Chove há semanas em Florianópolis e isso me baixou o astral e me jogou em tal torpor que eu me sentia como se estivesse em Joinville em 94. Não, 94 não foi um bom ano. Minha casa e meu carro são um espelho do que eu deixei acontecer na minha vida. Bagunça e sujeira. Bagunça na casa e sujeira no carro, melhor frisar essa parte. Mas sempre tem algo que me tira do torpor. Dessa vez foram baratas.

Cheguei em casa domingo à noite, após um final de semana extremamente cansativo e encontrei elas já na entrada, olhando para mim. Vendo que não tinha veneno por perto, demoraram para engendrar uma fuga. O que elas não sabiam é que eu com um chinelo na mão eu sou muito mais mortal que qualquer frasco de Baygon.

Antes de dormir avaliei meu ostracismo, minha decisão de ficar no esquema casa-trabalho-casa, de deixar várias coisas para depois, de estar sempre exausta - física e mentalmente - demais para qualquer coisa, qualquer palavra, qualquer programa. Foi o que bastou para retomar minha vidinha de sempre, a começar pela caixa de gordura, agora devidamente limpa e dedetizada. Os próximos passos serão o carro e o jardim.

E logo minha casa estará aberta às visitas, como eu sempre gostei, como sempre me fez bem.

domingo, 21 de setembro de 2008

Meses negros

Pode ser que você realmente conviva com uma mulher dentro de casa. Pode ser que não. Caso você pertença à segunda opção, você pode estar meio perdido com o que acontece à sua volta em todos os outros ambientes em que esses seres apareçam.

Fato 1: o verão começa em dezembro.
Fato 2: mulheres usam biquínis no verão.
Conseqüência: em agosto, mais tardar setembro, mudanças começam a acontecer no humor feminino.

De repente, o chocolate some, junto com as guloseimas em geral e o bom-humor.
- Bom dia!
E de repente você adoraria uma resposta grosseira no lugar daqueles dois olhos fuzilantes.

Não bastasse isso, no bufê do almoço elas param e ficam olhando tudo, fazendo cálculos mentais. O resultado é sempre várias folhas de alface, alguns tomates e pepinos, um bife e nadica de nada de arroz ou macarrão. E assim você descobre o que é fonte de carboidrato e que isso não é desejável nesse período obscuro, embora tenha sido largamente consumido por todas suas conhecidas nos meses anteriores.

Nada de chocolate, nada de guloseimas, nada de carboidratos e... exercícios? Aquela colega de trabalho usa o almoço para malhar? E volta com dores pelo corpo??? O que diabos justifica isso???
Ah, queridos, isso é uma questão delicada. Nós fazemos isso porque temos noção. Quer dizer, eu gosto de fingir que tenho. Quem me viu usar um biquíni no verão passado viu que a minha noção é vaga e não passa por uma boa olhada no espelho de corpo inteiro.

Mas assim: barriga e celulite são brigas eternas. E contra elas vale tudo, tudo, tudo, tudo. Até passar pelo mais maravilhoso e igualmente cruel efeito colateral: a calça jeans folgada.
Nenhum homem jamais vai saber a alegria que é colocar uma calça jeans e conseguir tirá-la sem abrir o botã0. E nenhum homem jamais vai saber a tristeza que é passar dois meses com ela folgada por saber que isso não dura para sempre e que no inverno seguinte ela vai caber direitinho.

Tudo por um belo biquíni...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Mulheres e carros

Cinco fatos que se um homem - ou um vendedor bem preparado - não disser para uma mulher ela descobrirá da pior maneira:

1 - Mexer o volante para tirar o carro de um areial ajuda muito a atolar;
2 - Dar a ré não vai desatolar o carro, muito menos acelerar mais;
3 - Se o carro for um Crossfox e a mulher tiver a mania de dar "beijinhos" no pára-choque do carro que está atrás na hora de estacionar, até o pára-choque do cross chegar no do carro o estepe já fez um lindo desenho no capô do coitado;
4 - As rodas da frente não se mexem quando o carro tem direção hidráulica e está desligado;
5 - O freio também não funciona se o carro ainda estiver desligado.

Com muita sorte ela não descobre tudo isso no mesmo dia.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Tab Rosa

O BlueBus deu a nota a partir de notícia do El Mundo e eu replico aqui: energético róóóóóóóóóósa da Coca-Cola para as mulheres. As espanholas vão beber primeiro.

O comercial é... bem... fabuloso:



Não sei o gosto, mas espero que eles se dêem conta que não será bebido com whisky.

domingo, 7 de setembro de 2008

Dia dos Ruivos

Saiu no G1 - e eu dou link aqui, devidamente modificado como ensinou a barriga do TDUD. E quem diria que meus semelhantes somam apenas 2% da população mundial?

Blip yourself

Tudo o que você realmente precisa saber sobre o Blip o Alexandre já deu na semana passada. Sobre a novidade, sigo a opinião do Dauro: viciante. É legal ser DJ. É legal ouvir o que seus amigos ouvem. E é mais legal ainda descobrir sons maneiros.

Ok, sei lá porque diabos meu Firefox não toca. Talvez porque ainda seja o 2.0, vai saber. Mas o IE7 e o Chrome suprem essa carência. Sim, eu sou louca e fico com três navegadores abertos...

Outra coisa chata é que a conexão via rádio sofre interferência do vento. Sim, eu moro no Sul da Ilha. Sim, isso é um saco. Sim, já estou acostumada. Certo, isso não chega a ser um problemão.

Ah, e dá para você colocar seus blips no blog. Eu testei, mas não consegui mudar o lay-out. A fonte das mensagens eram tão enormes que ficou simplesmente horroroso na minha barra lateral. Por enquanto vou deixar em stand-by.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Questão de perspectiva

Pense no seguinte diálogo imaginário:

- Mãe, tô namorando um cara de Floripa.
- Ah é, quantos anos?
- Faz 32 semana que vem.
- Que bom, alguém da sua idade. E o que ele faz?
- Cursinho no Energia.
- Cursinho? Como assim cursinho?
- É, ele vai prestar vestibular no final do ano.
- Tá, mas ele trabalha, né?
- Não, nas horas vagas ele pega onda...
- Vai dizer que é daqueles que moram na praia?
- Também não, na real ele mora com a mãe...

Os resultados podem ser bem distintos. Ou a mãe pode ter um treco, ou pode ficar muito feliz.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Modernidade ou decadência?

As crianças resolveram do nada que eu devia arrumar um namorado. Não satisfeitas, resolveram listar os possíveis titulares do cargo. E foram citando nomes. Refutei um a um com argumentos mais sólidos do que o sincero "não dá liga": ou era casado, ou era gay.

Pra dizer bem a verdade, na maioria das vezes, o candidato era os dois.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Finalmente uma notícia boa

Os Trapalhões ganham uma coleção com 39 filmes.

Incrível como a marca está diretamente vinculada ao Didi, não? Tanto que Atrapalhando a Swat, em que ele não atua, não está na lista.

Da lista, os que me marcaram mais foram As Minas do Rei Salomão, O Mágico de Oróz, Os Trapalhões na Serra Pelada (aliás, as imagens do ouro e do trabalho enlameado da Serra Pelada fazem parte da minha infância), O Cangaceiro Trapalhão e Ali Babá e os Quarenta Ladrões. E o meu top 1 é Os Saltimbancos Trapalhões, forever.

Muitos dos filmes que eu gosto foram feitos quando eu era bem pequena mesmo, até mesmo antes de eu nascer. Agradeço à Sessão de Férias que dedicava as quartas-feiras aos filmes da trupe.

E sim, eu chorei tanto quando o Zacarias morreu quanto quando foi a vez do Mussum.

domingo, 10 de agosto de 2008

Um agradecimento e um conselho

Quero registrar um "muito obrigada" ao meu vizinho que logo cedo colocou Fábio Jr. cantando Pai a todo o volume. Assim sendo, não esqueci - de novo - de ligar para o meu velho no Dia dos Pais.

Ele fica o dia inteiro rondando o telefone. Só sai de perto quando todos os filhos ausentes ligam. Uma vez eu esqueci de ligar. Quando minha mãe telefonou à noite para falar que ele tinha ido para cama mais cedo, todo tristonho, meu coração sumiu. A verdade é que ele ficou muito mais sentimental depois do derrame e eu ainda não acostumei. Coisas para as quais ele dava valor zero antigamente, como uma ligação no dia dos pais, agora têm todo o valor do mundo. Certo ele, esses pequenos gestos aquecem a alma.

Quanto ao conselho, é voltado ao mesmo vizinho. Não custava ter baixado o volume, ou mesmo desligado o aparelho, quando a música acabou, né?

sábado, 9 de agosto de 2008

A Pequena Loja dos Horrores, de 1960

Fiz uma descoberta bem feliz esses dias. Eu odeio promoções de locadora de DVD, sempre que eu chego nunca tem mais nada de interessante. Mas alguém teve a feliz idéia de comprar filmes bacanas lá e deixar em sebos. Assim sendo, abocanhei, entre outra coisas, um Pequena Loja dos Hororres, versão de 1960, por dez pilinhas. Fiquei tão emocionada de encontrar essa versão que nem me toquei de ver se era wide screen. Não era. Grunf!

O que eu acho mais bacana em filmes antigos são as capinhas. Às vezes elas são originais, casos de faroestes. Outras vezes elas colocam o famoso do filme em primeiro plano. E quem é o famoso aqui? Jack Nicholson!!! Embora ele apareça no melhor estilo Jack Torrance olhando para você, ele faz uma ponta mínima, digna de ser o penúltimo nome a aparecer nos créditos. O que ele faz? Um louco, claro. Um inesquecível louco, como a outra ponta que fez em 1969, bem mais célebre, em Easy Rider. Ficou curioso? Veja a participação de Nicholson em A Pequena Loja dos Horrores:



Enfim, o "astro" da película dirigida por Roger Corman e escrita Charles Griffith é Jonathan Haze. Ele é um atrapalhado funcionário de uma floricultura pertecente a um árabe, apaixonada pela doce Audrey, que também trabalha lá, e filho de uma hipocondríaca. Ele começa a cultivar uma estranha planta, a quem batiza de Audrey Junior. Ele tenta ao mesmo tempo manter o emprego, conquistar Audrey, cuidar de sua mãe e agradar sua estranha criatura. O objetivo é ser gentil e cordial com todo mundo. Um homem simples, sem vícios, com amor no coração e muitas idéias de jerico, que faria qualquer coisa pelos outros, até mesmo [música de suspens] matar.

O filme é uma pérola em se tratando de humor negro, desde a senhora que adentra a floricultura todos os dias com um novo funeral para remeter flores até o comissário de polícia falando acidentes acontecem ao se referir à morte de um de seus filhos. Também tem um grande tom teatral - pudera, as gravações duraram dois dias! E, na minha humilde opinião, todo consultório dentário deveria ter a cena de Haze e Nicholson em looping eterno. Assim, só para quebrar o gelo.

Ao que tudo indica, essa versão virou cult. Tanto que em 1986 ela foi refilmada por Frank Oz, em musical. Essa segunda versão teve a participação de vários grandes nomes da comédia americana: Steve Martin, James Belushi, John Candy e Bill Murray. O papel principal fica para Rick Moranis, de Querida, Encolhi as Crianças.

Voltando à versão original, como o filme inteiro, o final é nonsense, com cenas absurdas. Mas, e daí? É só diversão mesmo...

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A dentadura quebrada que ajudou no orçamento doméstico

Naquele ano, não sei dizer se 67 ou 68, ela ainda guardava luto pelo pai. Ele havia morrido três meses antes de seu casamento e a única vez em que ela não usou preto durante um ano foi no dia de entrar de branco na igreja. Mas talvez eu esteja me antecipando às informações. O fato é que, naquele dia, a dentadura quebrou. Quando o marido chegou em casa, ela não estava chorando - não chorou nem no enterro do pai e por muito tempo carregou a fama de coração-de-pedra - mas estava desconsolada. Eles não tinham dinheiro. Mesmo.

- Olha, eu passo por tudo nessa vida, mas ficar sem dente eu não fico.

É estranho uma pessoa que usa dentadura aos 22 anos falar isso, mas a culpa não era dela. Um dentista picareta que tinha passado por Gaspar justo quando tinha dado uma dor de dente fez o estrago. Adeus aos quatro dentes da frente da arcada superior, bom-dia vergonha que duraria até os 63 anos, quando finalmente botou implante.

Pediu, pela segunda vez na vida com firmeza, que ele fosse pedir informações no banco. Era contínuo, mas devia ter um sindicato. Vai saber?

E não é que tinha? Marcou para o dia seguinte. Acordaram cedo, tomaram café, ele colocou ela na garupa da bicicleta e andou do Itaum até a rua 9 de Março. Lá explicou onde era o sindicato, na rua Itajaí. Depois ela iria a pé para casa. Não conhece Joinville? Azar, eu sou péssima para distâncias, mas sei que é muito longe para se andar e mais longe ainda para se carregar alguém na garupa.

Dentadura colada, voltou pela rua São Paulo. Quando passou pela Matric viu uma fila enorme de mulheres e uma placa de Precisa-se de Costureira. Não sabia costurar, seguiu andando.

Andou e lembrou do salário do marido. Lembrou das galinhas que criava para poder ter ovos. Lembrou da vez que o primo do marido falou que era uma vergonha um quintal sem nenhuma flor, só tomate, pepino, couve, milho e até aipim. Lembrou da casa de madeira com a "casinha" lá nos fundos. Lembrou do mesmo primo falando ao marido que ele não devia nunca deixar ela trabalhar, que esse povo da roça não sabe nem falar direito. Lembrou que uma vez por mês podia fazer um pedido no nome da cunhada na firma em que ela trabalhava e pagar com desconto - e uma vez por mês ter toicinho no feijão.

Chegou em casa pingando - era aqui que deveria entrar o preto do luto - fez o almoço. O marido chegou, comeu e voltou para o trabalho. Não era um homem carinhoso, bem longe disso, mas sempre foi um homem honesto e trabalhador. Tinha construído a casa ele mesmo, aos finais de semana, com a ajuda braçal dos parentes. Ela realmente queria ajudar mais.

Depois que ele saiu para trabalhar, agarrou a rua e voltou na empresa. A pé. De preto.

Com 170 centímetros de altura, 45 quilos, olhos grandes e verdes e um cabelo louro que tinha sido platinado pelo sol da roça, chamou a atenção. As outras mulheres da fila não ficaram muito contentes quando o gerente chamou ela. Furar fila não é direito, mas fazer o quê quando é o patrão que força?

Na entrevista, mentiu. Disse que já tinha costurado em uma empresa de Blumenau. Sem nunca ter visto uma máquina de faca na frente, fez o teste e passou. Contratada, mentiu de novo. Disse que estava em Joinville há apenas dois meses e que tinha perdido a carteira de trabalho na mudança.

O marido foi chamado - e com ele o pânico da desaprovação. Descobriram que a carteira só poderia ser tirada em Itajaí.

No lugar da desaprovação, uma das tantas e tão disfarçadas provas do amor incondicional dele por ela: pediu licença no dia seguinte e foram de ônibus até Itajaí fazer a carteira. Para comer o dia inteiro, apenas um único chineque para os dois. E foi-se o dinheirinho que tinha guardado.

No dia seguinte ela tomava posse da máquina de costurar na malharia.

Foi assim que minha mãe conseguiu o único emprego com carteira assinada na vida dela. Ficou nele por apenas dois anos, mas isso eu conto depois.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Gmail assustador

Dias desses recebi no gmail a confirmação de matrícula em uma disciplina em Portugal. Não faço intercâmbio. Sequer faço faculdade. Vírus?

Observando melhor, vi que o e-mail era destinado a anacrisoliveira. Meu e-mail é anacris.oliveira. E, vamos combinar, Ana Cristina de Oliveira é o que não falta nesse mundo, tente uma busca rápida no orkut.

Achei que a secretaria tinha errado e fiz a delicadeza de encaminhar o e-mail para a Ana Oliveira certa. Para onde foi o e-mail? Para minha caixa de entrada!!!

Dúvidas: o gmail não diferencia pontos? Alguém mais já passou por isso? Se eu recebo mensagens da anacris sem ponto será que alguma anacris sem ponto recebe a minha? Pânico!!!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Estatística lastimável

Desde que comecei a postar aqui eu resenhei dois livros. D-O-I-S.

Em primeiro lugar, esse número pífio é resultado de uma convicção pessoal: só resenhar livros dos quais eu tenha gostado - ou odiado tanto que valha a pena gastar digitais no teclado. Mas isso é uma meia-verdade. Pelo que eu me lembre, aí entram mais dois.

Pífia também é a atitude de começar e não terminar. Mas aí volto a falar de outros dois.

Junte a tudo isso os dois exemplares que comprei num sebo semana passada e agora ornam meu criado-mudo e, tcharam, toquei em oito obras desde que iniciei aqui.

Vergonhoso!!!

Nota pseudo-adolescente: mas agora eu tenho mobilidade total e acesso a internet da minha cama quentinha. Não leio mais livros mas leio muito na web. Por exemplo, ontem eu passei pelo menos uma hora lendo tudo sobre os atores de Harry Potter. E não é que a guria é mesmo CDF, o ruivo é mesmo tanso e o protagonista é mesmo metido a indie?

terça-feira, 22 de julho de 2008

Isso é um assalto!

Sempre imaginei como seria minha reação num momento assim. Faísca atrasada que sou, a reação provavelmente seria zero. Ou ainda tomaria um pipoco por não entender do que se tratava.

Pois bem, há exatamente uma semana eu passei por isso. Não assim. Ninguém falou nada. Simplesmente passou no meio de uma calçada lotada no Brás, em Sampa, navalhou minha bolsa e tirou somente minha carteira de dentro. Uma balconista de uma loja que avisou: moça, cuidado que sua bolsa está rasgada. Mas aí já era.

Com a carteira foi muita coisa. Muita coisa mesmo. Cartão de banco, talão de cheques (sim, eu ainda uso), grana, carteira de motorista, documento das crianças... Mas foi algo ainda mais importante: meu orgulho. Até agora eu acho que estava escrito OTÁRIA em garrafais vermelhas na minha testa. Sim, ninguém leva documento para o Centrão e imediações. Sim, ninguém leva cheques. Sim, ninguém leva sequer carteira. E se tiver dinheiro, que seja espalhado pelo corpo, sabe-se lá como. Exceto a turistona aqui.

Já cancelei tudo e pedi segundas vias. Já gastei no Detran, no banco e no cartório. Tudo está se ajeitando e ainda guardei a bolsa como souvenir.

Mas uma coisa eu tenho que dizer: louvo o profissionalismo do meliante. Nem eu, nem minha irmã, nem minha sobrinha vimos nada. NADA! E o talho, pelamordedeus, se fosse na minha barriga dava para fazer uma histerectomia ali mesmo, na calçada.

Outra coisa: se você tiver que fazer boletim de ocorrência em São Paulo, procure a delegacia do Itaim no plantão da delegada Daniela. Quando eu vi ela achei que tivesse entrado num filme do Almodóvar. De casaco vermelho e decotado, várias jóias, bota de cano longo e salto alto, cabelos castanhos e cheios e olhos verdes bem marcados com rímel, incrível que a delegacia não estivesse cheia de homens dando parte de documento perdido. Foi tão delicada que fez o boletim inteiro sem me chamar de tansa nenhuma vez. Coisa incrível.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Um dia no campo

Editei esse vídeo quinta-feira retrasada quando cheguei em São Paulo. Problemas de conexão não deixaram em jogar no youtube naquele dia. Ontem, no lar-doce-lar, foi a primeira coisa que eu tentei fazer. Aí descobri que ele estava com 103Mb e que pelo envio normal o YT aceita até 100Mb. Descobri também que eu não sabia porque diachos ele estava tão pesado.

Quem me salvou? Quem? Serginho, o editor das multidões, que sempre dá uma ajuda quando algum perdido tenta se aventurar nesses esquemas de vídeo. Ok que ele não mexe no windows movie maker, programa xulé usado por essa que vos escreve, mas descobriu como fazer o que eu queria, e até porque diachos meu vídeo estava tão pesado, e me passou as dicas.

Sobre o vídeo: nesse aqui eu fiz três testes. Os dois primeiros na captura, com imagem em sépia - achei que tinha tudo a ver com o tema campestre - e em definição mais alta - que foi perdida no YouTube mas que na minha máquina ficou bem legal. O último na edição. Pela primeira vez fiz algo óbvio: tentar sincronizar imagem e áudio. Ficou bem legal em alguns pontos.

Sobre o dia: férias em Ibirama no sítio da tia Cecé. Tem campo, ovelha, cachorro, riacho, árvore... Aliás, me lembra um diálogo entre Cecília e Gica:
- Lá em Ibirama é assim. Eu subo morro, a vaca da minha tia sobe o morro. Eu desço o morro, a vaca da minha tia desce o morro. Onde eu vou, a vaca da minha tia vai atrás.
- Sua tia tem uma vaca, Cecília?
- Tem...
- Ah, bom.
A vaca, aliás, se chama Celeste e tem uma participação importantíssima no vídeo.

Ah, também vale dizer que foi aí, nesse dia, que o Deco aprendeu a pular corda. Coruja eu??? Nada...

É isso: enjoy it!

domingo, 13 de julho de 2008

100% de aproveitamento

Mais uma saída dirigindo em Sampa. Mais uma vez perdida, atravessando rio que não devia. Sou um gênio.

Mais cenas da passagem por Sampa

Antes de tudo, resposta ao Dauro: fico na terra da garoa até dia 20. Toda e qualquer cerveja é desejável.

Então, sexta à noite, Devassa. Jardins? Sim, publicitários, lembram? Mas ó: tem uma ruiva espetacular lá, é como eles chamam a Pale Ale. E teve bom papo também, embora eu não tenha falado com metade da mesa. Sobre os previamente anunciados pela minha amiga loura, amei conversar com o Neto, chefe da Gica na Bullet. Adorei também uma pequena chamada Baunilha. O tal duplo da Gica, o Oct, é interessante porém indefinível. Foi uma noite bem acolhedora. Principalmente pelo garçom do balcão, mais um dos meus já nordestinos-amigos-do-coração-em-são-paulo, que fazia o colarinho do tamanho que eu queria, ao contrário do cara que servia a mesa, esse com sotaque paulista mesmo.

Dia de publicitária paulista

Aí a Gica foi me pegar de manhã. "Vamos tomar um café em algum lugar?". Sim, pensei eu, imaginando o balcão duma padaria, com média com leite e pão com ovo. Meu. Meeeeeeeeeeu. Uma cafeteria na Faria Lima, a Octavio Café, onde o atendente vem se apresentar e dizer bom-dia. Mocaccino e pão com geléia. E vamos para o centrão com as coordenadas da Carmen, a GPS da Gica.
Aí sim, gente pra todo lado, camelô e gritaria. Preços populares e frutas exóticas no Mercadão. Liga para um apê para alugar que eu descobri e correria para a Vila Olímpia. Acabou o momento popular do dia.
Sobe o apê, é isso mesmo. Agora acho que sou corretora de imóveis em Sampa. Tudo depende das cenas dos próximos capítulos. A ficar de olho em Verde Velma.
Dia seguiu com almoço no Ritz, loja da Melissa (vocês não têm noção, juuuuuuuuuro!) e a troca de uma sessão de cinema por mais um café, dessa vez na Nespresso. Sim, eu devo ser a única pessoa em toda a face do Planeta Terra a não sacar que com esse nome era uma loja da Nestlé. E o meu boicote? Miou.
Depois de um dia desses, Gicuxa supercansada me deixou em casa para também dormir. Mas porra. Sábado à noite, sem filhos, em Sampa e eu em casa? Síndrome de fracassada bateu, óbvio. Resolvi chegar num boteco aqui do ladinho, um tal Boleiros - sim, inspirado no filme. Dava pra ir andando, o que era essencial. Além disso, é onde trabalha um dos meus amigos indicadores de caminho. Entrei, ouvi uma banda tocando "fácil" e facilmente saí.
São Paulo é um sucesso.

Momento Mulherzinha pra Caralho:

Sucesso mesmo é a minha nova Melissa, totalmente em sintonia com o Campeche. É esse modelo irresistível, só que em cinza claro, única cor disponível para meus pezinhos 36:

sábado, 12 de julho de 2008

Mais um pouco das férias

Vamos dar um tempo ao tempo e esquecer os vários pepininhos que eu resolvi em Floripa desde o último post.

Os Pintassilgos foram mesmo para Vitória. Morro de saudades já. Que coisa, e ainda antes de ir eu ganhei um presente. Pode? E não foi lembrancinha não, mudou completamente o astral da minha casa. Quer saber? Foi esse:



Morreu de inveja aí? Não se culpe, eu também morreria em seu lugar (hohoho)

No mesmo dia da partida deles, minha viagem para São Paulo. Trouxe a sogra comigo. Não, ela foi fazer os programas dela, eu os meus. Ela vai voltar comigo. A vinda foi ótima, mas por via das dúvidas acho que vou comprar um sonífero na volta. Pra ela, claro.

História de uma perdida

Aí já em Sampa eu tinha que ir da Paulista até um endereço na Vila Olímpia. Google Maps, óbvio. E, puxa, eu estava tão orgulhosa de mim mesma! Estava indo direitinho. Entrei no túnel Ayrton Senna é ele é lindo. Bem, na entrada ele tem um carro estilizado que me pareceu mais o carro dele depois do acidente. Meio mórbido.
Aí saí e entrei em outro túnel. Desespero, ninguém me falou dele. Aí saí e dei de cara com a rua que eu deveria pegar. Felicidade e orgulho novamente.
Aí passei pelo único cruzamento de toda Faria Lima em que não está escrito "Faria Lima". E entrei em um terceiro túnel. Rá. Agora sim, desespero. E não bastasse ter entrado, o puto ainda tinha uma bifurcação. Direita, Cidade Universitária. Esquerda, Morumbi. Juro que passou pela minha cabeça a opção "mureta". Fui pro Morumbi.
Liguei pro ex, claro. Ex é pra incomodar, certo? Incomodei. Mas olha, orgulho de novo: nem chorei. Ele disse pra voltar por onde eu tinha ido. Não sei bem se foi isso que eu fiz. Não lembro. Sei que fui seguindo placas.
Completamente sem saber onde estava, parei num posto e liguei de novo, só que agora para a sogra, que estava com a rota aberta no computador. "Peraí que eu vou ver. Putz! Desliguei o micro com o joelho."
Ainda sem chorar, desci e falei com o cara do posto. Me veio com forte sotaque nordestinho: "Tá perdida, é? Pois não tá mais. Me diga onde quer ir. Rua tal? Mas é muito fácil. Vira à direita, atravessa duas ruas e vira à esquerda. Aí pergunta de novo pra alguém que vai estar perto".
Segui a receita, parei num barzinho e perguntei pro porteiro. Sotaque nordestino de novo, espichou para fora da porta, apontou e disse: "Tá vendo aquela ali? Pois é ela."
Lindos. Amados. Maravilhosos. Que google maps que nada. Pra não se perder em São Paulo, o canal é perguntar para os nordestinos. Sabem tudo esse pessoal!!!
Devidamente achada e ainda sem chorar, cheguei ao prédio. Adivinha? Me perdi dentro dele e toquei no apartamento errado. Infelizmente não tinha ninguém e não fiz novos amiguinhos.
Minha irmã, quando soube disso tudo, riu da minha cara. Mas a loira se deu mal. No dia seguinte zanzando com ela no volante, a sabe-tudo se perdeu duas vezes.

Ai, tem mais coisas pra contar. Mas bateu uma preguiça. Vou falar da sexta à noite e do sábado de dia outra hora, oks? Agora vou fazer um super-programa-de-sábado-à-noite-de-fracassada: acabar com as cervejas do meu cunhado e ver um filme. Yeah!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Pequeno diário de férias

Dia 2/7: Sair de férias numa quarta é uma merda. Com mil coisas para arrumar em casa, eu tenho que ficar fora. O motivo: a faxineira que fala demais estava lá. Liberdade total dá nisso: não ter a mínima idéia do que fazer. Depois de passar o dia matando tempo, voltei pra o lar-doce-lar para encontrar quem? A mesma faxineira, que não voltou pra casa dela por conta da greve dos ônibus.

- Mas não te preocupa, eu durmo aqui e amanhã de manhã você me leva em casa quando sair. Essa tv é estranha, né? Só pega Globo. Não pega mesmo band nem SBT? Ah, você vai sair? Se não se importar eu posso ficar no Centro.

Não me importei. Aproveitei e dei uma passada nos pintassilgos antes deles levantarem vôo. Quando me dei conta, eram 3h. Mas oks, eu estou de férias!!!

Dia 3/7: Bom, dormindo tarde não tinha como acordar cedo, né? Tudo bem, só a Cecília não pode perder aula de jeito nenhum. Primeira série é responsa! Isso significa passar a tarde com o Deco. Rá, cinema com pipoca. O resultado talvez você já tenha lido.

Dia 4/7: Gastei boa parte do meu salário de férias em cadeiras e estante. Não dá pra dizer que eu não sou uma menina caseira, certo?

Momento Mulherzinha pra Caralho: visitar a ponta de estoque com a sogra. É sempre tããããão divertido. E me rendeu essas duas belezinhas aí. O xadrez, retrô, ela disse ser uma gracinha. O outro, peep toe, ela disse que é de velha. Quem sabe eu não esteja meio passada mesmo? Dane-se: achei ambos L.I.N.D.O.S.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Wall-E - O dia em que os anos 80 salvaram a Terra

Misture referências cult, anos 80, degradação ambiental, obesidade e uma história de amor improvável em um filme com pouquíssimos diálogos e me diga: qual a chance disso ser um infantil? Pois é, não sei se Wall-E vai agradar a (todas) as crianças, mas os pais vão pirar na historinha.

A sinopse é simples: um robozinho inspirado em E.T. vive apenas com sua barata de estimação (lógico que elas estão lá no final dos tempos...) no planeta Terra limpando toda a sujeira deixada pelos humanos. Estes estão num cruzeiro espacial maneirão, esperando o planeta estar habitável de novo para voltar. Aí uma robozinha inspirada no iMac chega e descobre - segundo dados do sistema - que já é possível retornar. É só? Claro que não, não vou estragar surpresa de ninguém.

Hora do trailer oficial, ao som de Aquarela do Brasil:


Isso tudo, claro, se passa daqui a muitos e muitos anos. Mas e os anos 80? Vai saber porque diabos, mas eles estão lá com o atari, o VHS (!!!), o cubo mágico e o próprio Wall-E. Anos 80 também no merchandising: já na entrada ganhamos um álbum e quatro figurinhas - sim, vou ter que comprar as outras 196.

As referências, claro, não se restringem a essa década. O Wall-E, vejam vocês, é vidradão em Hello, Dolly! Em duas passagens a referência é 2001 - Uma Odisséia no Espaço. E vou dizer que as imagens impressionistas nos créditos finais são um desbunde.

Pausa para o momento "deixa eu mostrar como meu filho é foda".
"Mãe, olha os girassóis. São do Van Dog, né? Eu gosto mais dele, mas a Cecília gosta mais do Renoir".
Podemos continuar.

Tá, mas e as crianças normais? Ok, admito, esse caldo todo é superambicioso e tinha grandes chances de dar errado. Mas, caramba, é Pixar!!! E só por isso você já paga para entrar no cinema. Tem cenas bem engraçadas em que os pequenos se esbaldam de rir. Além disso, meio-ambiente está na pauta de discussão de todas as escolas, elas vão ficar sensibilizadas com um planeta negro. E desde Shrek elas estão acostumadas com amores improváveis.

Se a preocupação é a ausência de diálogos, esqueça. Os sons de todas as máquinas e robôs são tão fantásticos que quando um humano fala você até sente desconforto. A concepção visual é bárbara, é uma experiência deliciosa e eu muito recomendo cinema e não só esperar sair em DVD.

O Pintassilgo vai levantar vôo

Pois é, se você recebe a newsletter já sabe: Érica, Rico e crianças estão de mudança para Vitória. Os grandes estão felizes com a mudança, os pequenos ainda não sabem. Eu acho bem legal, mas já estou morrendo de saudades. E de inveja: lá não tem inverno. Brrrrrr.

Enquanto isso, nada de pedidos. Mas dá para fuçar nas almofadas, camisetas e quadros e ver como tudo continua lindo.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Mulheres mudam para agradar aos homens

Quantas vezes você já ouviu isso? Quanta vezes você já xingou isso? E quantas vezes você abriu mão de uma saída com as amigas por isso? Pois é, mulher, quando ama, abre mão. O segredo (que poucas, raras, talvez até nenhuma saiba) é dosar essas mudanças.

E eis que ontem o homem que mora na minha casa quis que eu mudasse. Não meu jeito, que ele adora, nem minhas roupas, que ele acha bonitas, nem meu perfume. Quis que eu mudasse um hábito, para não dizer vício.

- Mãe, é o seguinte. Se você fuma, a fumaça entra em você e te faz mal. Aí você fica doente e morre. E eu não quero uma mãe morta. Você TEM que parar de fumar.

É isso aí. Eu tenho que parar de fumar.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Quando o subconsciente resolve ser sádico

Sexta-feira eu estava um desânimo só. No sábado, com o pior mau-humor da face da terra. Ontem mesmo eu estava completamente blargh, só o Brasileirão conseguiu arrancar algum sopro de vida desse ser inanimado. Em comum, nos três dias eu estava me sentindo absolutamente solitária, com uma vontade infinita de passar o tempo todo deitada ouvindo Smiths e chorando. Talvez levantasse para ver um filme, desde que fosse uma história de amor bem infeliz, tipo Doce Novembro.

Tentei lembrar a última vez que eu me senti assim tão tragicamente com pena de mim mesma e não consegui. Tentei pensar em algum motivo, mas os que apareceram foram tão tênues que seriam incapazes de causar resultado tão avassalador. Por fim, botei a culpa nos hormônios, sempre eles.

Hoje de manhã, na casa da sogra, perguntei se ela sabia que dia era hoje. Esperava que ela dissesse que não para eu responder: meu penúltimo dia de trabalho antes das férias. Mas não, ela respondeu corretamente:

- 30 de junho.

A resposta foi um tapa na cara. É isso, 30 de junho. Eu esqueci completamente o dia, pela primeira vez em... deixa pra lá, mas os efeitos colaterais estavam todos lá. Lembrei a última vez que me senti assim tão desgraçada: exatamente há um ano atrás. E pensar que essa data que já me deu tantas alegrias agora só serve para me esfregar na cara o grande, enorme e retumbante, o maior fracasso da minha vida.

Bem, mas esquecer a data talvez já tenha sido um avanço. Agora só falta parar de me sentir uma lata de lixo por essa época.

sábado, 28 de junho de 2008

Empoeirada

Sei lá, eu gosto de coisas velhas. Revistas velhas, por exemplo. Devorei esse final de semana uma Hype de agosto de 2004. Antiga? Nada. As melhores matérias foram uma lista de álbuns de 1994 e uma entrevista com Morrissey.

Não que eu nunca tivesse percebido isso, mas sim, sou uma velharia ambulante. Ouço bandas antigas, leio livros antigos e vejo filmes que já saíram de cartaz há muito tempo. Acho que a produção cultural é imortal e gosto de dar um tempo, uma distância, para certas coisas. Mas isso faz de mim uma pessoa meio démodé, não?

Bem, tanto faz. Hoje foi um dia horroroso, ontem foi um dia péssimo e eu não tenho muitas esperanças sobre amanhã.

A entrevista com Morrissey está bárbara, quem sabe eu fale dela aqui outra hora. E falando nele, uma homenagem a essa nuvem negra que não me larga:

sexta-feira, 27 de junho de 2008

O barato da lomografia

Ouvi falar em lomografia há algum tempo quando a Dani voltou de viagem com uma lomo na bagagem e tirou uma lindona do Deco que eu não tenho para postar aqui.

Hoje eu vi esse programete da TVCOM do Rio Grande do Sul que falou sobre lomo. O programa é da Fernanda Zaffari, que tem o blog Estilo Próprio no clicRBS, e ela entrevistou o Fábio Codevilla, locutor da Itapema de Porto Alegre e louco por fotografia. O Codevilla também tem blog no clicRBS e um flickr bem maneiro.

Bem, gostei do vídeo e repasso:



Ah, sim, ia esquecendo. Tenho uma séria dúvida. As máquinas são da década de 80, certo? Então elas funcionam só com rolos de filme? Se alguém souber, por favor, responda.

Amores Perros

Recentemente fui em uma mostra de arte na qual havia um painel com duas fotos. Na primeira, um mendigo dormia na rua, com as roupas sujas e as calças rasgadas, aparecendo as nádegas. Na outra um cachorro sarnento também dormia na calçada. Perguntei para a minha filha de sete anos de idade com qual dos dois ela se preocupava e ela foi categórica:
- Com o cachorro. Tadinho dele, né mãe?

Antes que a chame de sem coração, pense: de quem você tem pena em Amores Perros - Amores Brutos numa péssima tradução. Dos cachorros sendo atiçados para a rinha ou dos meio-irmãos largados com uma pistola?

A semelhança entre humanos e cães permeia a obra. O cachorro abandonado na rodoviária, o cão de luxo com a perna amputada e, é claro, o cão que acabou transformado em assassino de outros cães. Só que enquanto os bichos não constumam dizer a quem amam e o motivo, apenas demonstram amor incondicional, esses três nos contam suas histórias.

São histórias que se entrecruzam de uma maneira casual - marca do diretor Alejando Gonzáles Iñarritu que foi apresentada nessa sua primeira obra e continuada em 21 Gramas e Babel. Como cenário, um México de diferenças sociais e impunidade, onde um assassino está solto para o velório do irmão, onde empresários são assassinados à luz do dia, onde a televisão mostra a beleza da mulher latina, um encanto. As histórias partem de uma escolha de vida e terminam na conclusão dessa escolha. Histórias que mostram que o amor nem sempre é bom:



Seguro que alguna vez el destino te a cambiado la vida...
Si tu historia acabo bien, exlicalo en el canal de "amores".

Si acabó mal, explicaló en "perros"


O filme levou Bafta de filme estrangeiro e prêmio da crítica em Cannes. Não levou Oscar nem Globo de Ouro em estrangeiro, era o mesmo ano de O Tigre e o Dragão. Como legado, mostrou Gael García Bernal para o mundo.

Voltando ao cão e ao mendigo, a menos que você não tenha coração, você não se importou com as brigas de cachorro ou com o cãozinho abandonado no buraco.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

A calça jeans mais apertada do mundo

Recebi essa foto dolorosa por e-mail.


Eu sei, você também não consegue ficar olhando sem se espremer. Mas ela dá o que pensar. Eu, teórica que sou, já saquei tudo.

O cara saiu numa baladinha, bebeu, cheirou e catou uma menina. Aí foi para a casa dela. Lá, ele protagonizou um momento Trainspotting na vida dele. Não, nada a ver com nadar em vasos sanitários atrás de supositórios de ópio. Um momento Spud, vocês sabem qual. Mas, para o azar dele, não estava nu.

O que poderia fazer? Colocar a roupa suja na sacolinha e pegar uma roupa da menina emprestada. Notem que a baby-look também não pode ser dele. E a cara de dor denuncia que ele não pagou pelo modelito.

Sai fingindo que está tudo bem - aliás, fingindo mal -, passa numa padoca para pegar uma cervejinha e pagar de descolado e vai para casa. Não encontra nenhum conhecido na rua - todos devem estar em casa de ressaca - e tudo fica bem. Plano perfeito.

Até a loira passar por turista.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Resta um

Não, não o jogo, ainda estou falando dos meus queridos e amados DVDs que foram passear sem minha autorização. Chegaram mais três e agora sigo à espera de O Exorcista.

Falta de ética tem limite

Vocês devem ter visto, dois irmãos foram presos em Niterói supeitos de trocarem rótulos de cerveja. Idéia brilhante, certo? Depois da quinta rodada ninguém sabe mais o que está mandando pra dentro, a dor de cabeça só vem no dia seguinte.

Nesses casos a justiça podia aplicar penas engraçadinhas. Por exemplo: reclusão com alimentação à base de rollmops, ovo em conserva e Belco. Como pena alternativa, serviços comunitários, como limpar banheiros femininos após festas ladies first com "champanhe" liberada.

Sério, primeiro adulteração de leite, agora de cerveja. Que merda.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

TV altamente educativa

Essa é do CSI, o Las Vegas, o original, sou uma pessoa tradicional, vocês sabem.

A mulher não podia beber. Bêbada chata. Isso vocês sabem também. Além disso, tinha uma úlcera, e a bebida não ajuda muito. Desde que não vá para o estômago.

Sei que a Amy Winehouse ensinou a cheirar vodka. Mas talvez isso não seja muito, hmmm, sociável.

Se você é mulher, atente para essa: absorventes internos embebidos na vodka. Não a que você cheirou, essa já está no cérebro, claro. A que sobrou.

Só não esqueça que tem que mergulhar no copo ainda dentro do aplicador. Bem, se você for mulher, não vai esquecer disso.

Se funciona de verdade? Sei lá, pergunta pro teu médico. Eu não tenho úlcera, bebo normalmente. Uma pessoa tradicional, lembra?

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Eu sei que ninguém perguntou...

...o que diabos eu estou fazendo em Joinville. Mas se alguém quiser saber, a resposta está aqui.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Cervejinha, comidinhas e conversinhas

De passagem pela Cidade dos Sapos, não podia deixar de bebericar com amigos isolados aqui. Assim, fui com a Cris, a Amanda, a Pati e o Upiara num boteco que, até onde eu entendi, é sustentado pelo pessoal do A Notícia. De quebra, meus amiguinhos levaram algumas pessoas realmente engraçadas e legais do jornal. Aí as conversas foram desde ataques de água-viva até, bem, até a escatologia total (a Patrícia não mentiu sobre o ex-colega de quarto dela, o de sobrenome estranho). Felizmente o bar não é muito freqüentado, acho que não chegamos a chocar ninguém.

Sobre o boteco: eu quero SEMPRE ser atendida pelo velhinho de chapéu de feltro vermelho. Pena que ele tenha chegado para me dar a péssima notícia de que só tinha Antártica, Brahma e Skol. Mas ok, ele se redimiu mandando essa delícia de cortesia, batatas em conserva.


Como a fome bateu e eu estava na Alemanha, dividi com a Cris um delicioso Beef Tar Tar. Ou Hackepeter. É que desde que a Gica falou disso eu estava simplesmente fissurada por experimentar - mas não em Floripa, claro. O prato é carne moída crua, com muitos e muitos temperos, para comer com pão preto. Gente, é uma delícia!!! Até tirei uma foto para ilustrar antes que nós terminássemos de devorar, mas não ficou digna da qualidade do prato. Mesmo assim, ponho aqui.


Do meio para o final da noite, uma surpresa desagradável - mas só porque eu não sou habitué: tinha Heineken, mas foi reservada para o Rodrigo e para o Upiara.

A verdade é que eu achei o máximo! O velhinho é um querido, a comida é deliciosa - aliás, isso é o que tem de bom em Joinville, come-se muito bem por aqui - e os clientes assíduos são tratados como carinho e respeito que merecem.

Achei o endereço do lugar no hagah - embora ele não se chame mais Fritz e sim Grosse Haus Casarão, ele continua sendo conhecido como Fritz. Se você não gosta de lugar agitado, sofisticado e consegue conviver com jornalistas, eu recomendo.

domingo, 15 de junho de 2008

Bush também sabe ser irônico, quem diria

"É uma mulher realmente inteligente e capaz. Posso ver por que se casou com ela".

Presidente Bush ao presidente Nicolas Sarkozy elogiando Carla Bruni, esposa do francês.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

As maravilhas da medicina

Há duas semanas meu olho direito começou a "colar". Eu sentia ele viscoso, olhava, e nada. Achei que estava exagerando no lápis e comecei a usar só rímel.

Não adiantou, cancelei também o lápis. Não adiantou. Parei com tudo.

Passei uma semana sem maquiagem e nada de melhorar. Fui no oftalmologista. Segundo a médica, é um princípio de conjuntivite, nada sério. Pingar colírio quatro vezes ao dia vai dar jeito.

Comecei. Agora, além de colar, ele coça, dói, fica irritado com a luz e embaça a imagem. E nada de make-up. Mereço?

Notícias de filmes no IMDB

Achei hoje, procurando informações para uma uma maledicência: quando você entra numa ficha de algum filme no IMDB, tem duas notícias recentes sobre ele.

Clicando em todas você cai numa página com o início de todas as notícias indexadas, com links para dentro do próprio IMDB em caso de citações de filmes, atores e outros insumos de filmes e links para a matéria original e para as publicações.

E aí se você entrar na ficha de um ator, trambém traz matérias indexadas. E se você clicar no link das últimas matérias que do site fornecedor, entra nas últimas dele no IMDB, ou seja, tudo relacionado a filmes, atores etc.

Não há nenhum lugar no site explicando como funciona, se é parceria com as publicações - People, wenn.com e DigitalSpy na maioria - ou se é um agregador como o Google.

De qualquer forma, achei bem bacana.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Nova funcionalidade do Orkut

Vi que a Gica me marcou e fui atrás descobrir como funciona.

Você entra nas suas fotos e clica em "adicionar marcação". Aí você põe o cursor na foto e marca uma pessoa. Abre uma janelinha e põe o nome dela - se ela estiver na sua lista de amigos. Aí essa foto está marcada e aparece no perfil dessa pessoa, na lista "fotos comigo".

ME-DO!

Atual sonho de consumo tecnológico: iPhone 3G

Essa foto é da matéria sobre o quitute que saiu no About.com e você pode ler aqui.

O que traz de novo? Internet móvel super-rápida em modelos de 8Gb ou 16Gb com preço previsto de US$ 200 e US$ 300.

Não sei porquê, mas acho que no Rio Tavares não vai ter nada disso também. Grunf.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Queridos amigos

Então foi assim: eu perdi completamente o contato com a minha grande amiga de infância e fui muito sacaneada pelas minhas duas grandes amigas de adolescência. Dos 14 anos me sobraram apenas o nariz grande, os cabelos desgrenhados cor de mel e os primeiros gays - esses sim imperdíveis, imprescindíveis, incríveis...

Daí tomei uma grande e inútil decisão. Não teria mais amigas. E sempre que os meninos (que nem são mais meninos) perguntavam se minhas amigas eram gostosas eu respondia sem titubear/;

- Eu não tenho amigas.

Quem mais fez beicinho com isso na vida foi a Megui. Não porque ela queria estar entre as gostosas (e ela está!), nem porque queria ser apresentada aos meninos (já conhecia todos, não no sentido bíblico), mas porque queria o direito de ser minha amiga. Ela era, claro. Eu só não admitia publicamente.

Depois veio um período da minha vida que eu mais do que nunca precisei de amigos e descobri estarrecida que ou eu ou a vida tínhamos afastado todos. Os que estavam na cidade não me pertenciam mais e os que me pertenciam estavam no nordeste, nos EUA ou em algum canto muito frio da Bélgica. E aí eu tive que tomar uma atitude: resgatar todos os meus queridos que tinham ficado em algum ponto do caminho porque eu deixei eles lá.

Agora, passado o período turbulento da adolescência e do ostracismo vejo que nenhum amigo, nem amiga, nem gay me sacaneou mais. Acho que crescemos todos. E melhor que isso: acho que meu dedo melhorou.

É incrível, mas a cada ano que passa faço mais e novos amigos e todos são tão super em algum momento e outros são tão super em todos os momentos. Tanto que no final das contas eu já não sei mais dizer quem não é meu amigo.

E tudo isso pra dizer que uma super-amiga que foi super em todos os momentos em que passei com ela ficou na maior roubada e um super-amigo se mostrou mais super do que nunca e salvou ela. E eu tô feliz pra caralho com isso. Mesmo.

Definitivamente estou ficando melosa...

Atualizando via gmail

Dica do Alexandre, para variar...

terça-feira, 10 de junho de 2008

Vidinha 2.0

Parabenizar amiguinhos aniversariantes no orkut, atualizar flog e blog, dar um oi no twitter, participar de uma putaria básica no msn, descobrir coisas novas-velhas no youtube, fazer uma última leitura nos blogs amigos e, finalmente, dormir.
Boa noite.

Tender

Amor à primeira vista. Fulminante. Daqueles que não saem da cabeça em momento algum. Eu durmo pensando nele, acordo pensando nele. Tomo banho, café, almoço, ando no carro... E só dá aquele lamento, aquele riffzinho de guitarra, o afago da bateria.
Pois é, me apaixonei por mais uma "velharia": Tender, do Blur. Dessa vez foram só nove anos de atraso.

A letra é tão atual, tão mulherzinha-ano-2000-sozinha-e-fingindo-
ser-feliz-com-seus-amigos-gays, que é inadmissível ter sido escrita por um homem. A menos que ele seja o amigo gay, claro. Mas o Damon Albarn é um inglês tão ultra-mega-fofo que eu me recuso a acreditar que ele seja gay - e ninguém disse que é. Já o Grahan Coxon tem cara de ser, no mínimo, bi - mas é tão charmoso saber que ele nasceu na Alemanha quando ela era dividida por um muro. Bem, tanto faz. Ouvindo essa música qualquer mulher de 30 tem vontade de ser feliz para sempre com qualquer um dos dois.

Desde o início, com o violão chorando... A música é tão perfeita que já imaginei ela em várias cenas de filmes. Dos mais realistas, claro, em que a mocinha chora, chora, chora, chora e acaba mal. Não, não adianta ter um coro gospel no fundo, milagres não acontecem, Harry e Sally só teve final feliz porque era década de 80. Fui no IMDB ver quem já tinha tido essa idéia e achei ela em dois filmes dos quais nunca ouvi falar: Southland Tales (que me pareceu uma ma-lu-qui-ce), de 2006 e Virgin Territory, de 2007. O segundo, na real, eu ouvi falar, mas como se trata de uma adaptação do Decameron eu meio que nunca fui atrás. Não sei se mudei de idéia.

Voltando à música, fui no YouTube, claro. O clipe é perfeito, em preto e branco, no melhor estilo música religiosa. Mas a indexação não ficou boa, tem delay entre imagem e som. Aí achei esse ao vivo no Jools Holland e pensei "putz, é uma música de estúdio, ao vivo deve ser uma merda". Ledo engano:



Bem, acho que ando meio melosa. Tanto faz. Love is the greatest thing!

domingo, 8 de junho de 2008

No Rio Tavares não tem nada disso

Em minha busca desenfreada pelo acesso à internet em casa bati nas portas da Net. A oferta era promissora, aliava banda larga com TV a cabo e um telefone fixo muito mais barato que a Brasil Telecom. Adivinhe? Isso mesmo, sigo na Sibéria.

Opção dois, o turbo da Brasil Telecom. Se chega telefone, chega banda larga, certo? Errado. Chega para um número limitado de linhas e a minha não está entre elas. A minha, aliás, será cancelada muito em breve.

Opção três, GVT. Rá! Ilusão. Aqui não tem concorrência.

Conclusão: pedi penico à Floripa Turbo, internet via rádio administrada por surfistas. Não espere me ver por aqui quando tiver vento sul.

Da série Notícias que Vão Mudar o Mundo

Do G1, sobre as cirurgias de mudança de sexo feitas pelo SUS:

"A diretora afirmou que o procedimento cirúrgico não será realizado isoladamente e sim dentro do chamado "processo transexualizador", que inclui uma série de avaliações clínicas e psicológicas feitas por equipes multidisciplinares durante dois anos para que a pessoa interessada seja considerada apta a passar pela mudança de sexo."

Cinco hospitais universitários vão fazer as cirurgias. Sera que Floripa vai estar no meio?

sábado, 7 de junho de 2008

Recortes toscos de uma tarde de outono

Hoje foi um dia feliz. Não trabalhei, consegui instalar internet em casa e deu praia.

E Anacris com tempo livre e tecnologia à disposição dá nisso: mais um vídeo caseiro protagonizado pelos Monstrinhos.

Captura tosca, cortes toscos, mas eles são fofos. Assim como é fofa essa versão da música dos Flintstones. Tudo sob medida para tias grávidas chorarem...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Blog list

O Alexandre deu a dica, o Dauro disseminou e eu aderi: lista de blogs favoritos listados por atulização. Os mais recentes vão para cima. Os que não atualizam nunca, somem.

Mas só vale para quem tem RSS. Sacou, Tomate?

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Não sabe como ir?

Inspire-se na leonina de 37 anos que exibe no blog o jeito que ela vai. E ela sempre vai muito bem, impressionante:


Amou também? Eis o blog!!!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Cinco voltaram

Faltam quatro: Brancaleone, Gonnies, Exorcista e Sete Homens e Um Destino.
No aguardo...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

O Malvado Porém Bem-Humorado, O Malvado e O Muito Malvado Mesmo

Pus fim a uma das infindáveis falhas do meu caráter e assisti à Era Uma Vez no Oeste. Em original, no italiano C'era una volta il West. Italiano porque o diretor, Sergio Leone, é italiano. E Sergio Leone, italiano, escreveu e dirigiu clássicos do faroeste americano, sempre magistralmente musicados por Ennio Morriconi.

O filme, claro, conta com homens maus. Alguns muito maus, outros só maus o suficiente. Alguns maus de maneira que você odeie, outros maus mas que cativam sua simpatia. E um desses maus não pisca, não fala, não teme, apenas toca gaita. E o nome dele é Charles Bronson e ele é o cara.

Não, ele não é o cara, desculpe. O cara mesmo é o Henry Fonda, mas ele é mau demais, aí você não consegue torcer muito por ele. Porque você sabe, em bang-bang você tem que torcer por alguém. E agora que eu descobri (obrigada, imdb!) que ele sempre tinha sido o mocinho, ele ficou mais mau ainda.

E entre eles tem outro mau, o Jason Robards, mas ele é divertido. É tipo o Sawyer, do Lost. É um tipão - na medida em que homens sujos podem ser -, dá apelidos engraçadinhos para as pessoas, mata se for preciso mas tudo dentro de uma ética pessoal.

E, claro, tem a dama. A belíssima Claudia Cardinale. Com tantos homens tinha que ter uma dama. E tinha que ser linda. E tinha que usar roupas absurdamente acinturadas. E tinha que ser durona para sobreviver no oeste. Mas também ser gentil para despertar cuidados. E, bem, faroeste é mundo real, você já deve saber com quem ela esteve e com quem ela ficou.

E agora que você já sabe disso tudo, assista ao trailer:


Mas voltando a Ennio Morriconi, ele fez a música. Ele sempre fez a música e, para mim, música de western é dele. Mas Era Uma Vez no Oeste, para mim, não é um filme que tem que ser reconhecido pela música e sim pelos silêncios. Assista, preste atenção, veja como o tempo passa mais devagar e como o suspense fica cada vez maior quando enquanto o silêncio permanece lá. Assustador!

Quanto às curiosidades do filme, a mais estarrecedora é de que um dos roteiristas é... Bernado Bertolucci. Sim, sim, O Último Tango em Paris, mas escrevendo faroeste. E mais: replicando em 68 a cena de um filme de 61 de Robert Aldrich.

E, para voltar ao mundo real, houve um dia em que Jason Robards não foi trabalhar e ninguém reclamou: o dia em que Robert F. Kennedy foi assassinado.

Enfim, agora preciso resolver outra falha do meu caráter e ver Era Uma Vez na América.

Momento Mulherzinha pra Caralho
Quando eu via a mulherada em filmes de época com aqueles espartilhos que devem ter pelo menos 45 colchetes cada um, eu me pergunta: e na hora de transar, como faz? Mas agora meus problemas acabaram!!! O Henry Fonda me mostrou como um homem pode desabotoar uma cinta de maneira sexy. Com a volta das calças centro-peito, talvez voltem também essa peça de tortura íntima feminina. Homens: assistam e aprendam como fazer, sim?

domingo, 1 de junho de 2008

31

Lembro que no ano passado eu estava muito bem ao completar 30 anos e entrar no time das balzaquianas. Mas acabou que não fiz nenhum post, nada sobre o assunto. Parece até que eu estava mais feliz em fazer a contagem regressiva para a data, como mostra meu post no fotolog quando completei 29.

E agora, 31. Parece besteira, mas esse um está pesando. Mais do que o três na frente - começo mesmo a achar o dois mais charmoso - o um atrás está incomodando. Não que eu ache ruim ter trinta e poucos. Não, trinta é experiência, é ter assunto nas rodas de conversa, é saber o que se quer da vida. Mas, sabe? Trinta e poucos em Florianópolis está ficando difícil.

Cada vez mais eu estou cercada de jovens. Se por um lado eu gosto da energia e das novas idéias, por outro eu detesto falar com pessoas que não têm as mesmas referências que eu.

Esse um aí, depois do três, está fazendo eu me sentir a coroa da festa de ontem, saca? E eu não estou encontrando as pessoas de 30 nesta cidade. Acho que debandaram. Ou estão escondidas em casa, também se sentindo as coroas da festa.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Fotos do terremoto na China

Vi o rss de um post sobre a tragédia na China no Blog do GJOL e caí na besteira de entrar.

O post dá link para o blog de fotógrafos da Reuters. E o Paulo Munhoz destaca fotos de Jason Lee, que clicou a escola de Hanwang.

Não vou reproduzir fotos aqui. Elas não são muitas e nem são horríveis, pelo contrário, são lindas. E extremamente tocantes. Não recomendo para tem choro fácil.

Valeu, Dalton

E aí que ontem foi a despedida do Dalton. O Dalton foi secretário do curso de jornalismo da UFSC por 27 anos. Mas é mentira dizer que ele era secretário: ele, na verdade, era o dono. Era ele quem te colocava nas disciplinas ou tirava delas. Era ele, aliás, quem conseguia que as disciplinas fossem oferecidas. Ele que aplacava ânimos entre professores, alunos e servidores. Ele que conhecia todos os meandros legais e burocráticos para conseguir o impossível para os alunos - sempre os alunos em primeiro lugar. Enfim, o responsável por fazer 99% de quem entrou no curso sair de lá formado - acho que só o Pedro Valente não está na lista, a exceção que confirma regra.

E a despedida é porque ele saiu do curso. Não, ele não se aponsentou, ainda restam oito anos de universidade. E nem quer se aposentar. Se tem uma coisa que o Dalton gosta é de ficar no meio dos alunos. Principalmente porque todos - não, quase todos - saem eternamente agradecidos. Mas ele foi chamado para um cargo de confiança, o que representa muito na carreira dele. Não tinha como dizer não.

Com essa saída, eu tenho pena dos alunos que estão entrando. A vida acadêmica certamente será muito, muito, muito mais difícil. E os professores vão ter que aprender a se virar burocraticamente sem o Dalton. Porque ele é o anti-servidor: enquanto todos usam a burocracia para dificultar a vida do cidadão, o Dalton usava a favor de tudo e de todos. Uma raridade.

E, voltando, ontem foi a despedida. Pobre Dalton! Valeu a intenção dos alunos, agradecidos, querendo prestar uma homenagem e tal. Mas faltou um muito de organização. Marcar um churrasco para as 17h, oferecer cerveja quente - e ela continuou quente até eu ir embora - e não liberar sequer lingüiça e pão com alho até 22h não é propriamente o que eu considero ser um sucesso de evento. Sem contar as luzes muito acessas, sem aquele quê de encontro intimista que sempre teve nas festinhas de jornalismo. Praticamente uma festa de igreja, só que sem a chuleta e maionese.

- Eles não deixaram eu fazer, aí deu nisso - falava com sabedoria e meio ressabiado o homenageado.

Buenas, acabou que não tirei foto. Mas como o Dalton estava com a mesma jaqueta que ele usava nos idos de 98 - ou 99 -, encerro o post com essa foto de outra festa - na Praça Vermelha e com cerveja gelada - como mera ilustração. Bem, era uma festa à fantasia, oks? Eu não costumo sair por aí com ossos na cabeça. Só que, num rompante de criatividade, o Dalton e o Clóvis foram fantasiados deles mesmos. Tá, o Dalton ao menos tentou disfarçar e botou um óculos escuro. A figura central na foto é a Samanta, fantasiada de Robert Smith.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Tem gente que não tem noção do perigo

Então tá, depois que a Gica se foi, o negócio é voltar às antigas companhias: DVDs.
Abro meu armário doida pela minha mais nova aquisição. Está embaixo de Coração Satânico, que tem a caixa tão levinha... Vazia!

Estranho, não foi o último filme que eu vi... Pego A Profecia. Vazia!!! Meu Deus, tem alguma religiosa fazendo uma sangria santa nos meus filmes!!!

Lá vou eu, caixinha por caixinha. E sabe o que eu descobri? Que 9 filmes sumiram. Não foi erro de digitação. Eu escrevi nove, nove, nove!!!

Primeiro achei O Exorcista e Sexta-feira 13. Hmmmm, então é terror.
Goonies: vazia. Como assim? Meu único filme para momentos de abstração total?
Brancaleone: vazia. Inexplicável.
Lei do Desejo: vazia. Virou putaria???
Sete Homens e um Destino: vazia. Aí não!!! Aí é demais!!!
Só faltava... Sim! A Pequena Sereia!!! Vazia!!! Até os filmes infantis!!!

Deixei as nove caixinhas em cima do balcão. Liguei para a faxineira, como quem não quer nada.

- Escuta, você sabe onde estão os DVDS daquelas caixinhas?
- Ai, sei. Eu levei pra mim ver (sic). Tu ficou chateada?

Não, eu não fiquei chateada. Eu fiquei irada, eu fiquei possessa, eu fiquei furibunda. Em bom português: EU FIQUEI FOI PUTA DA VIDA.

Já combinei, ela vai levar os DVDs (que eu prefiro nem pensar em como estão sendo transportados, já que as caixinhas ficaram) para a casa de uma colega, onde ela também trabalha.

E lá estou eu sem faxineira de novo. Grunf.

terça-feira, 27 de maio de 2008

MMC - Momentos Mulherzinha pra Caralho

1 - Descobri o segredo para ter cabelos lindos, maravilhosos, sedosos e com penteado perfeito em Florianópolis: chama-se massa de ar seco.

2 - Se tem uma coisa que deixa uma mulher de (quase) 31 anos muito feliz é ser chamada de gostosa.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Agradável coincidência

Então foi assim: Suzanne Valandon lembra Anacris, Nelson Rodrigues lembra Jade. Não citei ela no post abaixo justamente porque o site dela sumiu! Ah, você não sabe quem é Jade?

Ela é uma colega de faculdade, daquelas que a gente faz e fica em algum guardado em algum lugar e mesmo que se passe 10 anos sem se ver, parece que faz apenas alguns dias.

O trabalho de conclusão de curso dela foi o site Tudo Sobre Nelson Rodrigues (que podia bem ser chamado de Tudo Sobre Minha Paixão). E o conteúdo que ela reuniu foi tamanho que virou tema de dissertação de mestrado. E o conhecimento foi tanto que na faculdade promoveram para tese de doutorado. E agora a guriazinha que nem 30 anos tem é doutora.


Acho que meio para desopilar depois da defesa, foi dar umas bandas com o maridão por Buenos Aires. Lá visitaram o Museu Nacional de Belas Artes e olha quem acharam? Sim, Suzanne Valadon, por Toulouse-Lautrec.


O Felipe mandou para mim por e-mail. Quem me conhece sabe o quanto um presente desses significa para mim. "Mas é só uma foto e eles nem puderam usar flash", você pode pensar. Pois, para mim, tem valor incalculável.

Além de amar lembranças singelas que tocam de verdade o fundo do meu coração, eu amo coincidências. E a surpresa maior foi receber essa foto justamente no dia em que eu escrevi sobre Nelson Rodrigues. Tinha até uma citação pronta para a Jade no texto, que eu tirei por não encontrar o site. Porque da mesma maneira que eles lembraram de mim quando viram Suzanne, é impossível não pensar em Jade quando se fala de Nelson.


Obrigada, Jade. Obrigado, Felipe.

sábado, 24 de maio de 2008

Asfalto Selvagem - Engraçadinha Seus Amores e Seus Pecados

Li essa edição, que reúne as duas obras que formam Asfalto Selvagem. Engraçadinha: dos 12 aos 18 e Engraçadinha: depois dos 30. Sim, eu li. Não vi nem o filme, nem a série. Nem Lucélia Santos, nem Alessandra Negrini. Nem chanchada, nem glamurização. Só a doença crua do Nelson Rodrigues.

O livro, claro, é eletrizante. Um gancho melhor que o outro, impossível acabar um capítulo e ir dormir, como se nada tivesse acontecido, como se não se estivesse morrendo de vontade de saber o que vem depois. Aliás, esse é o grande lance: ele conta a história como se estivesse contando uma fofoca. Então é claro que a mulherada ficava alucinada nos anos de 59 e 60, consumindo o folhetim, mesmo numa história cheia de sexo e tragédia - mesmo que fosse uma época bem menos pudica que atualmente.

O único problema é que o livro não acaba. Um amigo jura que ele ia escrever outra parte, com Engraçadinha madura. Madura? Mais madura??? Pelas minhas contas ela estava com 37 anos. Mais madura que isso só a menopausa, o fim do sexo. E eu lá ia querer ler sobre os calores de Engraçadinha???Aliás, o livro termina como várias frases da obra, sem um fim lógico, como se o ponto final tivesse caído ali. E isso me lembra uma história que alguém contou - acho que foi o Zé Dassilva, se não foi, o contador que se apresente - de como os companheiros de redação sacaneavam o Nelson Rodrigues: quando ele levantava da máquina de escrever, iam lá e botavam mais algumas frases. Diz que ele era tão cego que não percebia. Será então que...

Bem, o final do livro pra mim ficou algo como:
Quando Engraçadinha se deu conta que seu filho a amava ela.
Silvio empunhou a navalha e.
Letícia descia a calcinha da prima quando.

Enfim, você quer ler mais. E.




Agora, tem um ponto que não sai da minha cabeça: o manequim da Silene, filha da Engraçadinha. A protagonista já se amava quando adolescente, com suas coxas grossas e gostosas. E sua filha era uma cópia dela. E o livro todo só se fala da beleza, formosura e sensualidade de ambas. E tem uma hora que a prima pergunta o manequim, para dar uma calcinha de presente. 44. Sim, a gostosinha de 14 anos usava 44. 14 anos. 44. Me respondam: como se chama uma mulher que usa 44 atualmente?

A noção de corpo belo mudou muito em 50 anos - e só por isso minhas pernocas fininhas não são as coisas mais ridículas do mundo. Vejam as misses aí acima. Você vai dizer que nem tanta diferença entre a Miss Brasil 1959 Vera Ribeiro e a 2008 Natália Anderle, certo? Claro, o peso deve ser o mesmo, entre 50 e 55kg. Só que enquanto a Vera devia ter menos de 1,60 a Natália tem 1,75.

Será que precisava ter mudado tanto assim?

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Hoje meu casamento acaba

Pois é, parece que é mentira, mas tem relacionamentos com prazo de validade. Essa moça aí do lado caiu de pára-quedas lá em casa e, como todos os exilados que pintam na Ilha da Fantasia, foi adotada por todos. E aí que em menos de cinco horas ela já vai estar na cidade nova, com a vida nova, se preparando para o emprego novo.
Sei que lá em casa ela aprendeu coisas importantíssimas. A top 1, claro, é que um dos olhos do côco seco é de mentira e que dá para tirar a água por ali furando com a ponta de uma faca ou com um saca-rolhas.

Também ensinou coisas importantes. A mais estarrecedora é a de que a Cecília só vai aprender a ler se... ela ler! É, me deu um baile nas tarefas...

Depois de noites regadas à sopa, vinho, heineken e enfumaçada por cigarro, só tenho uma coisa a dizer: nada de verbos conjugados no Palavras Cruzadas.

E até logo, que Sampa é logo ali. E esquece, que ali não tem essa história de ser chamada de "quirida" na panificadora. Rá!

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Inveja do bem

Existe coisa melhor do que você estar no lugar certo, na hora certa?

Pois bem, isso aconteceu com a Tati Klix, minha colega de clicRBS que trabalha em Porto Alegre. Eis que ela tirou férias e aproveitou para viajar para a China. Eis que nesse momento ela abandonou as viagens, as fotos de lugares lindos, as comidas exóticas, as amizades fofas e as compras de souvenirs para fazer uma puta cobertura sobre o terremoto. Pegou um busão e está onde foi o epicentro do terremoto.

Agora o ida&volta, o blog de viagens dela, virou notícias da tragédia. Fotos, textos, podcasts e vídeos quase em tempo real. Acompanhe aqui. Sério, vale muito.

Podem me chamar de workaholic, mas eu adoraria encerrar férias no meio para fazer o que a Tati está fazendo.

terça-feira, 13 de maio de 2008

A partir de agora é ladeira abaixo


Como se eu já não estivesse descendo a ladeira há muito tempo, né? Enfim, vai ser no Blues. Apareçam!
Ah, a arte do flyer é da Patrícia Prado. O nome da festa é coisa do Fabiano, o Melato.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Só para testar...

...o que eu mesma fiz. Quer dizer, não a arte, que é da Patrícia Prado. Mas ver se tá dando certo:
Dia da Sogra

sábado, 26 de abril de 2008

Darth Vader, Regina Duarte e pensamentos aleatórios

Não há absolutamente nada que possa ser escrito sobre Star Wars que ainda seja novidade, exceto que o Darth Vader é a grande esperança de atuação para Regina Duarte. Se com aquela máscara e respiração ele consegue passar força, coragem, poder, ambigüidade, contradições de pensamento e até amor, talvez ela também consiga. Mas, claro, vai ter que mudar de diretor, que o Jayme Monjardim não vai dar jeito...

E, pela ludicidade da coisa, divulgo o blog Eu Podia Tá Matando e seu Darth Vader da Semana. Instigante.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Sobre casamento

Se a mulher acredita que a felicidade só é plena morando com alguém e que dividir tempo e espaço é o grande objetivo de um relacionamento, ela é uma romântica, sonhadora e iludida; se acredita que a vida solitária é melhor e que morar junto apenas acentua as diferenças até o insuportável e acelera a separação, é uma desiludida. E aí?

segunda-feira, 14 de abril de 2008

A primeira edição a gente nunca esquece

Esse final de semana eu finalmente me movimentei para aprender a usar o windows movie maker. Ok, o première é mais foda, mas requer licença. A outra opção era o muuve, que consegue ser muito tosco. Se bem que pra fazer esse aí embaixo o muuve dava conta...

De qualquer maneira, já fiquei feliz em chegar até o fim sem ter que telefonar estressada para ninguém. E no final das contas ficou bem maneiro, porque era impossível fazer uma coisa chata com aquelas imagens.

Estou devendo um clipe de crianças para a Verde Velma. Calma que ele chega. Preferi fazer o teste com outra cobaia. E não é que os Garotos da Praia serviram bem ao que eu queria?

Com vocês, o primeiro vídeo caseiro protagonizado pelos Monstrinhos:

domingo, 13 de abril de 2008

Ainda sobre as bodas de ouro

Assim que cheguei na celebração dei de cara com o padre. Careca, de óculos, passou a sensação de já ter visto ele em outro lugar. Depois de uns minutos, cai a ficha: em Joiville, no casamento de uma amiga de infância.
- Mãe, não parece aquele padre bravo lá da São Francisco de Assis?
Nisso chega o noivo e fala:
- A celebração é especial, o padre é meu primo.
Bem, resolvido: não era o mesmo padre, afinal estávamos em Gaspar.

No início da celebração, ele começa:
- Esse casamento é mais do que especial. Não é todos os dias que eu posso sair da melhor paróquia de Joinville para celebrar as bodas de ouro de um primo.

Pronto, era o padre.

Aí eu lembrei, claro, da teoria dos seis graus de separação. E mais, lembrei de Lost.

O que isso quer dizer? Que se eu caísse de avião numa ilha no meio do nada ela não estaria cheia de homens maravilhosos como Sayid ou Jack (update a pedido da sogra: e Sawyer também), e sim com o padre.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Hoje meu cachorro morreu

E não foi uma morte bonita. Não, ele não morreu atropelado como o Bambi. Nem em briga de cachorro, como o Maradona. Nem envenenado como o Tobby. O Estopa foi sacrificado e fui eu a desgraçada que assinou a autorização da eutanásia.

O estopa não era um cachorro amigável. Mordeu a Celina, mordeu a Cecília e nunca foi com a cara do meu irmão. Ele foi lá pra casa por acidente. Minha vizinha pegou ele na rua supermal, levou para uma veterinária que passou um tempo com ele dando jeito no bicho. Aí ele foi encaminhado para adoção. Ficou lá em casa só para esperar um dono. E foi assim que eu virei dona dele.

Todo mundo achava ele feio. Em primeiro lugar, os pêlos. Lá em casa tem muita lama e ele estava sempre com a pelagem toda emaranhada. Mas a feiúra que ninguém suportava era o nariz. Ele tinha um tumor na ponta do focinho e, com ele, uma ferida aberta, que nunca cicatrizava e ainda escorria.

Pois bem, esse tumor pegou uma infecção. E eu fiz o melhor que eu pude - embora ainda esteja com a sensação de não ter feito o suficiente. Depois de 10 dias de antibióticos, a notícia: ou ele passava por uma cirugia pra ficar sem focinho e ter uma sobrevida de um ano à base de antibióticos, ou era sacrificado.

Num post lá embaixo o Gian tirou a maior onda da minha cara, porque eu agradeci aos céus ter homens que cavam areia em volta do carro. Bem, eu aviso no perfil que sou mulherzinha pra caralho, mas ninguém acredita. E digo sem vergonha que chorei horrores, tanto na veterinária, enquanto ele tomava a injeção, quanto em casa, quando finalmente peguei na pá para fazer a cova do bichinho. A próxima pedreira vai ser contar para as crianças.

Tchau, Estopa.