terça-feira, 22 de julho de 2008

Isso é um assalto!

Sempre imaginei como seria minha reação num momento assim. Faísca atrasada que sou, a reação provavelmente seria zero. Ou ainda tomaria um pipoco por não entender do que se tratava.

Pois bem, há exatamente uma semana eu passei por isso. Não assim. Ninguém falou nada. Simplesmente passou no meio de uma calçada lotada no Brás, em Sampa, navalhou minha bolsa e tirou somente minha carteira de dentro. Uma balconista de uma loja que avisou: moça, cuidado que sua bolsa está rasgada. Mas aí já era.

Com a carteira foi muita coisa. Muita coisa mesmo. Cartão de banco, talão de cheques (sim, eu ainda uso), grana, carteira de motorista, documento das crianças... Mas foi algo ainda mais importante: meu orgulho. Até agora eu acho que estava escrito OTÁRIA em garrafais vermelhas na minha testa. Sim, ninguém leva documento para o Centrão e imediações. Sim, ninguém leva cheques. Sim, ninguém leva sequer carteira. E se tiver dinheiro, que seja espalhado pelo corpo, sabe-se lá como. Exceto a turistona aqui.

Já cancelei tudo e pedi segundas vias. Já gastei no Detran, no banco e no cartório. Tudo está se ajeitando e ainda guardei a bolsa como souvenir.

Mas uma coisa eu tenho que dizer: louvo o profissionalismo do meliante. Nem eu, nem minha irmã, nem minha sobrinha vimos nada. NADA! E o talho, pelamordedeus, se fosse na minha barriga dava para fazer uma histerectomia ali mesmo, na calçada.

Outra coisa: se você tiver que fazer boletim de ocorrência em São Paulo, procure a delegacia do Itaim no plantão da delegada Daniela. Quando eu vi ela achei que tivesse entrado num filme do Almodóvar. De casaco vermelho e decotado, várias jóias, bota de cano longo e salto alto, cabelos castanhos e cheios e olhos verdes bem marcados com rímel, incrível que a delegacia não estivesse cheia de homens dando parte de documento perdido. Foi tão delicada que fez o boletim inteiro sem me chamar de tansa nenhuma vez. Coisa incrível.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Um dia no campo

Editei esse vídeo quinta-feira retrasada quando cheguei em São Paulo. Problemas de conexão não deixaram em jogar no youtube naquele dia. Ontem, no lar-doce-lar, foi a primeira coisa que eu tentei fazer. Aí descobri que ele estava com 103Mb e que pelo envio normal o YT aceita até 100Mb. Descobri também que eu não sabia porque diachos ele estava tão pesado.

Quem me salvou? Quem? Serginho, o editor das multidões, que sempre dá uma ajuda quando algum perdido tenta se aventurar nesses esquemas de vídeo. Ok que ele não mexe no windows movie maker, programa xulé usado por essa que vos escreve, mas descobriu como fazer o que eu queria, e até porque diachos meu vídeo estava tão pesado, e me passou as dicas.

Sobre o vídeo: nesse aqui eu fiz três testes. Os dois primeiros na captura, com imagem em sépia - achei que tinha tudo a ver com o tema campestre - e em definição mais alta - que foi perdida no YouTube mas que na minha máquina ficou bem legal. O último na edição. Pela primeira vez fiz algo óbvio: tentar sincronizar imagem e áudio. Ficou bem legal em alguns pontos.

Sobre o dia: férias em Ibirama no sítio da tia Cecé. Tem campo, ovelha, cachorro, riacho, árvore... Aliás, me lembra um diálogo entre Cecília e Gica:
- Lá em Ibirama é assim. Eu subo morro, a vaca da minha tia sobe o morro. Eu desço o morro, a vaca da minha tia desce o morro. Onde eu vou, a vaca da minha tia vai atrás.
- Sua tia tem uma vaca, Cecília?
- Tem...
- Ah, bom.
A vaca, aliás, se chama Celeste e tem uma participação importantíssima no vídeo.

Ah, também vale dizer que foi aí, nesse dia, que o Deco aprendeu a pular corda. Coruja eu??? Nada...

É isso: enjoy it!

domingo, 13 de julho de 2008

100% de aproveitamento

Mais uma saída dirigindo em Sampa. Mais uma vez perdida, atravessando rio que não devia. Sou um gênio.

Mais cenas da passagem por Sampa

Antes de tudo, resposta ao Dauro: fico na terra da garoa até dia 20. Toda e qualquer cerveja é desejável.

Então, sexta à noite, Devassa. Jardins? Sim, publicitários, lembram? Mas ó: tem uma ruiva espetacular lá, é como eles chamam a Pale Ale. E teve bom papo também, embora eu não tenha falado com metade da mesa. Sobre os previamente anunciados pela minha amiga loura, amei conversar com o Neto, chefe da Gica na Bullet. Adorei também uma pequena chamada Baunilha. O tal duplo da Gica, o Oct, é interessante porém indefinível. Foi uma noite bem acolhedora. Principalmente pelo garçom do balcão, mais um dos meus já nordestinos-amigos-do-coração-em-são-paulo, que fazia o colarinho do tamanho que eu queria, ao contrário do cara que servia a mesa, esse com sotaque paulista mesmo.

Dia de publicitária paulista

Aí a Gica foi me pegar de manhã. "Vamos tomar um café em algum lugar?". Sim, pensei eu, imaginando o balcão duma padaria, com média com leite e pão com ovo. Meu. Meeeeeeeeeeu. Uma cafeteria na Faria Lima, a Octavio Café, onde o atendente vem se apresentar e dizer bom-dia. Mocaccino e pão com geléia. E vamos para o centrão com as coordenadas da Carmen, a GPS da Gica.
Aí sim, gente pra todo lado, camelô e gritaria. Preços populares e frutas exóticas no Mercadão. Liga para um apê para alugar que eu descobri e correria para a Vila Olímpia. Acabou o momento popular do dia.
Sobe o apê, é isso mesmo. Agora acho que sou corretora de imóveis em Sampa. Tudo depende das cenas dos próximos capítulos. A ficar de olho em Verde Velma.
Dia seguiu com almoço no Ritz, loja da Melissa (vocês não têm noção, juuuuuuuuuro!) e a troca de uma sessão de cinema por mais um café, dessa vez na Nespresso. Sim, eu devo ser a única pessoa em toda a face do Planeta Terra a não sacar que com esse nome era uma loja da Nestlé. E o meu boicote? Miou.
Depois de um dia desses, Gicuxa supercansada me deixou em casa para também dormir. Mas porra. Sábado à noite, sem filhos, em Sampa e eu em casa? Síndrome de fracassada bateu, óbvio. Resolvi chegar num boteco aqui do ladinho, um tal Boleiros - sim, inspirado no filme. Dava pra ir andando, o que era essencial. Além disso, é onde trabalha um dos meus amigos indicadores de caminho. Entrei, ouvi uma banda tocando "fácil" e facilmente saí.
São Paulo é um sucesso.

Momento Mulherzinha pra Caralho:

Sucesso mesmo é a minha nova Melissa, totalmente em sintonia com o Campeche. É esse modelo irresistível, só que em cinza claro, única cor disponível para meus pezinhos 36:

sábado, 12 de julho de 2008

Mais um pouco das férias

Vamos dar um tempo ao tempo e esquecer os vários pepininhos que eu resolvi em Floripa desde o último post.

Os Pintassilgos foram mesmo para Vitória. Morro de saudades já. Que coisa, e ainda antes de ir eu ganhei um presente. Pode? E não foi lembrancinha não, mudou completamente o astral da minha casa. Quer saber? Foi esse:



Morreu de inveja aí? Não se culpe, eu também morreria em seu lugar (hohoho)

No mesmo dia da partida deles, minha viagem para São Paulo. Trouxe a sogra comigo. Não, ela foi fazer os programas dela, eu os meus. Ela vai voltar comigo. A vinda foi ótima, mas por via das dúvidas acho que vou comprar um sonífero na volta. Pra ela, claro.

História de uma perdida

Aí já em Sampa eu tinha que ir da Paulista até um endereço na Vila Olímpia. Google Maps, óbvio. E, puxa, eu estava tão orgulhosa de mim mesma! Estava indo direitinho. Entrei no túnel Ayrton Senna é ele é lindo. Bem, na entrada ele tem um carro estilizado que me pareceu mais o carro dele depois do acidente. Meio mórbido.
Aí saí e entrei em outro túnel. Desespero, ninguém me falou dele. Aí saí e dei de cara com a rua que eu deveria pegar. Felicidade e orgulho novamente.
Aí passei pelo único cruzamento de toda Faria Lima em que não está escrito "Faria Lima". E entrei em um terceiro túnel. Rá. Agora sim, desespero. E não bastasse ter entrado, o puto ainda tinha uma bifurcação. Direita, Cidade Universitária. Esquerda, Morumbi. Juro que passou pela minha cabeça a opção "mureta". Fui pro Morumbi.
Liguei pro ex, claro. Ex é pra incomodar, certo? Incomodei. Mas olha, orgulho de novo: nem chorei. Ele disse pra voltar por onde eu tinha ido. Não sei bem se foi isso que eu fiz. Não lembro. Sei que fui seguindo placas.
Completamente sem saber onde estava, parei num posto e liguei de novo, só que agora para a sogra, que estava com a rota aberta no computador. "Peraí que eu vou ver. Putz! Desliguei o micro com o joelho."
Ainda sem chorar, desci e falei com o cara do posto. Me veio com forte sotaque nordestinho: "Tá perdida, é? Pois não tá mais. Me diga onde quer ir. Rua tal? Mas é muito fácil. Vira à direita, atravessa duas ruas e vira à esquerda. Aí pergunta de novo pra alguém que vai estar perto".
Segui a receita, parei num barzinho e perguntei pro porteiro. Sotaque nordestino de novo, espichou para fora da porta, apontou e disse: "Tá vendo aquela ali? Pois é ela."
Lindos. Amados. Maravilhosos. Que google maps que nada. Pra não se perder em São Paulo, o canal é perguntar para os nordestinos. Sabem tudo esse pessoal!!!
Devidamente achada e ainda sem chorar, cheguei ao prédio. Adivinha? Me perdi dentro dele e toquei no apartamento errado. Infelizmente não tinha ninguém e não fiz novos amiguinhos.
Minha irmã, quando soube disso tudo, riu da minha cara. Mas a loira se deu mal. No dia seguinte zanzando com ela no volante, a sabe-tudo se perdeu duas vezes.

Ai, tem mais coisas pra contar. Mas bateu uma preguiça. Vou falar da sexta à noite e do sábado de dia outra hora, oks? Agora vou fazer um super-programa-de-sábado-à-noite-de-fracassada: acabar com as cervejas do meu cunhado e ver um filme. Yeah!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Pequeno diário de férias

Dia 2/7: Sair de férias numa quarta é uma merda. Com mil coisas para arrumar em casa, eu tenho que ficar fora. O motivo: a faxineira que fala demais estava lá. Liberdade total dá nisso: não ter a mínima idéia do que fazer. Depois de passar o dia matando tempo, voltei pra o lar-doce-lar para encontrar quem? A mesma faxineira, que não voltou pra casa dela por conta da greve dos ônibus.

- Mas não te preocupa, eu durmo aqui e amanhã de manhã você me leva em casa quando sair. Essa tv é estranha, né? Só pega Globo. Não pega mesmo band nem SBT? Ah, você vai sair? Se não se importar eu posso ficar no Centro.

Não me importei. Aproveitei e dei uma passada nos pintassilgos antes deles levantarem vôo. Quando me dei conta, eram 3h. Mas oks, eu estou de férias!!!

Dia 3/7: Bom, dormindo tarde não tinha como acordar cedo, né? Tudo bem, só a Cecília não pode perder aula de jeito nenhum. Primeira série é responsa! Isso significa passar a tarde com o Deco. Rá, cinema com pipoca. O resultado talvez você já tenha lido.

Dia 4/7: Gastei boa parte do meu salário de férias em cadeiras e estante. Não dá pra dizer que eu não sou uma menina caseira, certo?

Momento Mulherzinha pra Caralho: visitar a ponta de estoque com a sogra. É sempre tããããão divertido. E me rendeu essas duas belezinhas aí. O xadrez, retrô, ela disse ser uma gracinha. O outro, peep toe, ela disse que é de velha. Quem sabe eu não esteja meio passada mesmo? Dane-se: achei ambos L.I.N.D.O.S.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Wall-E - O dia em que os anos 80 salvaram a Terra

Misture referências cult, anos 80, degradação ambiental, obesidade e uma história de amor improvável em um filme com pouquíssimos diálogos e me diga: qual a chance disso ser um infantil? Pois é, não sei se Wall-E vai agradar a (todas) as crianças, mas os pais vão pirar na historinha.

A sinopse é simples: um robozinho inspirado em E.T. vive apenas com sua barata de estimação (lógico que elas estão lá no final dos tempos...) no planeta Terra limpando toda a sujeira deixada pelos humanos. Estes estão num cruzeiro espacial maneirão, esperando o planeta estar habitável de novo para voltar. Aí uma robozinha inspirada no iMac chega e descobre - segundo dados do sistema - que já é possível retornar. É só? Claro que não, não vou estragar surpresa de ninguém.

Hora do trailer oficial, ao som de Aquarela do Brasil:


Isso tudo, claro, se passa daqui a muitos e muitos anos. Mas e os anos 80? Vai saber porque diabos, mas eles estão lá com o atari, o VHS (!!!), o cubo mágico e o próprio Wall-E. Anos 80 também no merchandising: já na entrada ganhamos um álbum e quatro figurinhas - sim, vou ter que comprar as outras 196.

As referências, claro, não se restringem a essa década. O Wall-E, vejam vocês, é vidradão em Hello, Dolly! Em duas passagens a referência é 2001 - Uma Odisséia no Espaço. E vou dizer que as imagens impressionistas nos créditos finais são um desbunde.

Pausa para o momento "deixa eu mostrar como meu filho é foda".
"Mãe, olha os girassóis. São do Van Dog, né? Eu gosto mais dele, mas a Cecília gosta mais do Renoir".
Podemos continuar.

Tá, mas e as crianças normais? Ok, admito, esse caldo todo é superambicioso e tinha grandes chances de dar errado. Mas, caramba, é Pixar!!! E só por isso você já paga para entrar no cinema. Tem cenas bem engraçadas em que os pequenos se esbaldam de rir. Além disso, meio-ambiente está na pauta de discussão de todas as escolas, elas vão ficar sensibilizadas com um planeta negro. E desde Shrek elas estão acostumadas com amores improváveis.

Se a preocupação é a ausência de diálogos, esqueça. Os sons de todas as máquinas e robôs são tão fantásticos que quando um humano fala você até sente desconforto. A concepção visual é bárbara, é uma experiência deliciosa e eu muito recomendo cinema e não só esperar sair em DVD.

O Pintassilgo vai levantar vôo

Pois é, se você recebe a newsletter já sabe: Érica, Rico e crianças estão de mudança para Vitória. Os grandes estão felizes com a mudança, os pequenos ainda não sabem. Eu acho bem legal, mas já estou morrendo de saudades. E de inveja: lá não tem inverno. Brrrrrr.

Enquanto isso, nada de pedidos. Mas dá para fuçar nas almofadas, camisetas e quadros e ver como tudo continua lindo.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Mulheres mudam para agradar aos homens

Quantas vezes você já ouviu isso? Quanta vezes você já xingou isso? E quantas vezes você abriu mão de uma saída com as amigas por isso? Pois é, mulher, quando ama, abre mão. O segredo (que poucas, raras, talvez até nenhuma saiba) é dosar essas mudanças.

E eis que ontem o homem que mora na minha casa quis que eu mudasse. Não meu jeito, que ele adora, nem minhas roupas, que ele acha bonitas, nem meu perfume. Quis que eu mudasse um hábito, para não dizer vício.

- Mãe, é o seguinte. Se você fuma, a fumaça entra em você e te faz mal. Aí você fica doente e morre. E eu não quero uma mãe morta. Você TEM que parar de fumar.

É isso aí. Eu tenho que parar de fumar.