Pus fim a uma das infindáveis falhas do meu caráter e assisti à Era Uma Vez no Oeste. Em original, no italiano C'era una volta il West. Italiano porque o diretor, Sergio Leone, é italiano. E Sergio Leone, italiano, escreveu e dirigiu clássicos do faroeste americano, sempre magistralmente musicados por Ennio Morriconi.
O filme, claro, conta com homens maus. Alguns muito maus, outros só maus o suficiente. Alguns maus de maneira que você odeie, outros maus mas que cativam sua simpatia. E um desses maus não pisca, não fala, não teme, apenas toca gaita. E o nome dele é Charles Bronson e ele é o cara.
Não, ele não é o cara, desculpe. O cara mesmo é o Henry Fonda, mas ele é mau demais, aí você não consegue torcer muito por ele. Porque você sabe, em bang-bang você tem que torcer por alguém. E agora que eu descobri (obrigada, imdb!) que ele sempre tinha sido o mocinho, ele ficou mais mau ainda.
E entre eles tem outro mau, o Jason Robards, mas ele é divertido. É tipo o Sawyer, do Lost. É um tipão - na medida em que homens sujos podem ser -, dá apelidos engraçadinhos para as pessoas, mata se for preciso mas tudo dentro de uma ética pessoal.
E, claro, tem a dama. A belíssima Claudia Cardinale. Com tantos homens tinha que ter uma dama. E tinha que ser linda. E tinha que usar roupas absurdamente acinturadas. E tinha que ser durona para sobreviver no oeste. Mas também ser gentil para despertar cuidados. E, bem, faroeste é mundo real, você já deve saber com quem ela esteve e com quem ela ficou.
E agora que você já sabe disso tudo, assista ao trailer:
Mas voltando a Ennio Morriconi, ele fez a música. Ele sempre fez a música e, para mim, música de western é dele. Mas Era Uma Vez no Oeste, para mim, não é um filme que tem que ser reconhecido pela música e sim pelos silêncios. Assista, preste atenção, veja como o tempo passa mais devagar e como o suspense fica cada vez maior quando enquanto o silêncio permanece lá. Assustador!
Quanto às curiosidades do filme, a mais estarrecedora é de que um dos roteiristas é... Bernado Bertolucci. Sim, sim, O Último Tango em Paris, mas escrevendo faroeste. E mais: replicando em 68 a cena de um filme de 61 de Robert Aldrich.
E, para voltar ao mundo real, houve um dia em que Jason Robards não foi trabalhar e ninguém reclamou: o dia em que Robert F. Kennedy foi assassinado.
Enfim, agora preciso resolver outra falha do meu caráter e ver Era Uma Vez na América.
Momento Mulherzinha pra Caralho
Quando eu via a mulherada em filmes de época com aqueles espartilhos que devem ter pelo menos 45 colchetes cada um, eu me pergunta: e na hora de transar, como faz? Mas agora meus problemas acabaram!!! O Henry Fonda me mostrou como um homem pode desabotoar uma cinta de maneira sexy. Com a volta das calças centro-peito, talvez voltem também essa peça de tortura íntima feminina. Homens: assistam e aprendam como fazer, sim?
Blues Velvet
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Tenho uma história em cada canto deste lugar
Nem todas publicáveis
Mas todas parte de mim
Aqui fui feliz e fui triste
Dancei, cantei
Me diverti e div...
Há 5 meses
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