quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Finalmente uma notícia boa

Os Trapalhões ganham uma coleção com 39 filmes.

Incrível como a marca está diretamente vinculada ao Didi, não? Tanto que Atrapalhando a Swat, em que ele não atua, não está na lista.

Da lista, os que me marcaram mais foram As Minas do Rei Salomão, O Mágico de Oróz, Os Trapalhões na Serra Pelada (aliás, as imagens do ouro e do trabalho enlameado da Serra Pelada fazem parte da minha infância), O Cangaceiro Trapalhão e Ali Babá e os Quarenta Ladrões. E o meu top 1 é Os Saltimbancos Trapalhões, forever.

Muitos dos filmes que eu gosto foram feitos quando eu era bem pequena mesmo, até mesmo antes de eu nascer. Agradeço à Sessão de Férias que dedicava as quartas-feiras aos filmes da trupe.

E sim, eu chorei tanto quando o Zacarias morreu quanto quando foi a vez do Mussum.

domingo, 10 de agosto de 2008

Um agradecimento e um conselho

Quero registrar um "muito obrigada" ao meu vizinho que logo cedo colocou Fábio Jr. cantando Pai a todo o volume. Assim sendo, não esqueci - de novo - de ligar para o meu velho no Dia dos Pais.

Ele fica o dia inteiro rondando o telefone. Só sai de perto quando todos os filhos ausentes ligam. Uma vez eu esqueci de ligar. Quando minha mãe telefonou à noite para falar que ele tinha ido para cama mais cedo, todo tristonho, meu coração sumiu. A verdade é que ele ficou muito mais sentimental depois do derrame e eu ainda não acostumei. Coisas para as quais ele dava valor zero antigamente, como uma ligação no dia dos pais, agora têm todo o valor do mundo. Certo ele, esses pequenos gestos aquecem a alma.

Quanto ao conselho, é voltado ao mesmo vizinho. Não custava ter baixado o volume, ou mesmo desligado o aparelho, quando a música acabou, né?

sábado, 9 de agosto de 2008

A Pequena Loja dos Horrores, de 1960

Fiz uma descoberta bem feliz esses dias. Eu odeio promoções de locadora de DVD, sempre que eu chego nunca tem mais nada de interessante. Mas alguém teve a feliz idéia de comprar filmes bacanas lá e deixar em sebos. Assim sendo, abocanhei, entre outra coisas, um Pequena Loja dos Hororres, versão de 1960, por dez pilinhas. Fiquei tão emocionada de encontrar essa versão que nem me toquei de ver se era wide screen. Não era. Grunf!

O que eu acho mais bacana em filmes antigos são as capinhas. Às vezes elas são originais, casos de faroestes. Outras vezes elas colocam o famoso do filme em primeiro plano. E quem é o famoso aqui? Jack Nicholson!!! Embora ele apareça no melhor estilo Jack Torrance olhando para você, ele faz uma ponta mínima, digna de ser o penúltimo nome a aparecer nos créditos. O que ele faz? Um louco, claro. Um inesquecível louco, como a outra ponta que fez em 1969, bem mais célebre, em Easy Rider. Ficou curioso? Veja a participação de Nicholson em A Pequena Loja dos Horrores:



Enfim, o "astro" da película dirigida por Roger Corman e escrita Charles Griffith é Jonathan Haze. Ele é um atrapalhado funcionário de uma floricultura pertecente a um árabe, apaixonada pela doce Audrey, que também trabalha lá, e filho de uma hipocondríaca. Ele começa a cultivar uma estranha planta, a quem batiza de Audrey Junior. Ele tenta ao mesmo tempo manter o emprego, conquistar Audrey, cuidar de sua mãe e agradar sua estranha criatura. O objetivo é ser gentil e cordial com todo mundo. Um homem simples, sem vícios, com amor no coração e muitas idéias de jerico, que faria qualquer coisa pelos outros, até mesmo [música de suspens] matar.

O filme é uma pérola em se tratando de humor negro, desde a senhora que adentra a floricultura todos os dias com um novo funeral para remeter flores até o comissário de polícia falando acidentes acontecem ao se referir à morte de um de seus filhos. Também tem um grande tom teatral - pudera, as gravações duraram dois dias! E, na minha humilde opinião, todo consultório dentário deveria ter a cena de Haze e Nicholson em looping eterno. Assim, só para quebrar o gelo.

Ao que tudo indica, essa versão virou cult. Tanto que em 1986 ela foi refilmada por Frank Oz, em musical. Essa segunda versão teve a participação de vários grandes nomes da comédia americana: Steve Martin, James Belushi, John Candy e Bill Murray. O papel principal fica para Rick Moranis, de Querida, Encolhi as Crianças.

Voltando à versão original, como o filme inteiro, o final é nonsense, com cenas absurdas. Mas, e daí? É só diversão mesmo...

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A dentadura quebrada que ajudou no orçamento doméstico

Naquele ano, não sei dizer se 67 ou 68, ela ainda guardava luto pelo pai. Ele havia morrido três meses antes de seu casamento e a única vez em que ela não usou preto durante um ano foi no dia de entrar de branco na igreja. Mas talvez eu esteja me antecipando às informações. O fato é que, naquele dia, a dentadura quebrou. Quando o marido chegou em casa, ela não estava chorando - não chorou nem no enterro do pai e por muito tempo carregou a fama de coração-de-pedra - mas estava desconsolada. Eles não tinham dinheiro. Mesmo.

- Olha, eu passo por tudo nessa vida, mas ficar sem dente eu não fico.

É estranho uma pessoa que usa dentadura aos 22 anos falar isso, mas a culpa não era dela. Um dentista picareta que tinha passado por Gaspar justo quando tinha dado uma dor de dente fez o estrago. Adeus aos quatro dentes da frente da arcada superior, bom-dia vergonha que duraria até os 63 anos, quando finalmente botou implante.

Pediu, pela segunda vez na vida com firmeza, que ele fosse pedir informações no banco. Era contínuo, mas devia ter um sindicato. Vai saber?

E não é que tinha? Marcou para o dia seguinte. Acordaram cedo, tomaram café, ele colocou ela na garupa da bicicleta e andou do Itaum até a rua 9 de Março. Lá explicou onde era o sindicato, na rua Itajaí. Depois ela iria a pé para casa. Não conhece Joinville? Azar, eu sou péssima para distâncias, mas sei que é muito longe para se andar e mais longe ainda para se carregar alguém na garupa.

Dentadura colada, voltou pela rua São Paulo. Quando passou pela Matric viu uma fila enorme de mulheres e uma placa de Precisa-se de Costureira. Não sabia costurar, seguiu andando.

Andou e lembrou do salário do marido. Lembrou das galinhas que criava para poder ter ovos. Lembrou da vez que o primo do marido falou que era uma vergonha um quintal sem nenhuma flor, só tomate, pepino, couve, milho e até aipim. Lembrou da casa de madeira com a "casinha" lá nos fundos. Lembrou do mesmo primo falando ao marido que ele não devia nunca deixar ela trabalhar, que esse povo da roça não sabe nem falar direito. Lembrou que uma vez por mês podia fazer um pedido no nome da cunhada na firma em que ela trabalhava e pagar com desconto - e uma vez por mês ter toicinho no feijão.

Chegou em casa pingando - era aqui que deveria entrar o preto do luto - fez o almoço. O marido chegou, comeu e voltou para o trabalho. Não era um homem carinhoso, bem longe disso, mas sempre foi um homem honesto e trabalhador. Tinha construído a casa ele mesmo, aos finais de semana, com a ajuda braçal dos parentes. Ela realmente queria ajudar mais.

Depois que ele saiu para trabalhar, agarrou a rua e voltou na empresa. A pé. De preto.

Com 170 centímetros de altura, 45 quilos, olhos grandes e verdes e um cabelo louro que tinha sido platinado pelo sol da roça, chamou a atenção. As outras mulheres da fila não ficaram muito contentes quando o gerente chamou ela. Furar fila não é direito, mas fazer o quê quando é o patrão que força?

Na entrevista, mentiu. Disse que já tinha costurado em uma empresa de Blumenau. Sem nunca ter visto uma máquina de faca na frente, fez o teste e passou. Contratada, mentiu de novo. Disse que estava em Joinville há apenas dois meses e que tinha perdido a carteira de trabalho na mudança.

O marido foi chamado - e com ele o pânico da desaprovação. Descobriram que a carteira só poderia ser tirada em Itajaí.

No lugar da desaprovação, uma das tantas e tão disfarçadas provas do amor incondicional dele por ela: pediu licença no dia seguinte e foram de ônibus até Itajaí fazer a carteira. Para comer o dia inteiro, apenas um único chineque para os dois. E foi-se o dinheirinho que tinha guardado.

No dia seguinte ela tomava posse da máquina de costurar na malharia.

Foi assim que minha mãe conseguiu o único emprego com carteira assinada na vida dela. Ficou nele por apenas dois anos, mas isso eu conto depois.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Gmail assustador

Dias desses recebi no gmail a confirmação de matrícula em uma disciplina em Portugal. Não faço intercâmbio. Sequer faço faculdade. Vírus?

Observando melhor, vi que o e-mail era destinado a anacrisoliveira. Meu e-mail é anacris.oliveira. E, vamos combinar, Ana Cristina de Oliveira é o que não falta nesse mundo, tente uma busca rápida no orkut.

Achei que a secretaria tinha errado e fiz a delicadeza de encaminhar o e-mail para a Ana Oliveira certa. Para onde foi o e-mail? Para minha caixa de entrada!!!

Dúvidas: o gmail não diferencia pontos? Alguém mais já passou por isso? Se eu recebo mensagens da anacris sem ponto será que alguma anacris sem ponto recebe a minha? Pânico!!!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Estatística lastimável

Desde que comecei a postar aqui eu resenhei dois livros. D-O-I-S.

Em primeiro lugar, esse número pífio é resultado de uma convicção pessoal: só resenhar livros dos quais eu tenha gostado - ou odiado tanto que valha a pena gastar digitais no teclado. Mas isso é uma meia-verdade. Pelo que eu me lembre, aí entram mais dois.

Pífia também é a atitude de começar e não terminar. Mas aí volto a falar de outros dois.

Junte a tudo isso os dois exemplares que comprei num sebo semana passada e agora ornam meu criado-mudo e, tcharam, toquei em oito obras desde que iniciei aqui.

Vergonhoso!!!

Nota pseudo-adolescente: mas agora eu tenho mobilidade total e acesso a internet da minha cama quentinha. Não leio mais livros mas leio muito na web. Por exemplo, ontem eu passei pelo menos uma hora lendo tudo sobre os atores de Harry Potter. E não é que a guria é mesmo CDF, o ruivo é mesmo tanso e o protagonista é mesmo metido a indie?