E não foi uma morte bonita. Não, ele não morreu atropelado como o Bambi. Nem em briga de cachorro, como o Maradona. Nem envenenado como o Tobby. O Estopa foi sacrificado e fui eu a desgraçada que assinou a autorização da eutanásia.
O estopa não era um cachorro amigável. Mordeu a Celina, mordeu a Cecília e nunca foi com a cara do meu irmão. Ele foi lá pra casa por acidente. Minha vizinha pegou ele na rua supermal, levou para uma veterinária que passou um tempo com ele dando jeito no bicho. Aí ele foi encaminhado para adoção. Ficou lá em casa só para esperar um dono. E foi assim que eu virei dona dele.
Todo mundo achava ele feio. Em primeiro lugar, os pêlos. Lá em casa tem muita lama e ele estava sempre com a pelagem toda emaranhada. Mas a feiúra que ninguém suportava era o nariz. Ele tinha um tumor na ponta do focinho e, com ele, uma ferida aberta, que nunca cicatrizava e ainda escorria.
Pois bem, esse tumor pegou uma infecção. E eu fiz o melhor que eu pude - embora ainda esteja com a sensação de não ter feito o suficiente. Depois de 10 dias de antibióticos, a notícia: ou ele passava por uma cirugia pra ficar sem focinho e ter uma sobrevida de um ano à base de antibióticos, ou era sacrificado.
Num
post lá embaixo o Gian tirou a maior onda da minha cara, porque eu agradeci aos céus ter homens que cavam areia em volta do carro. Bem, eu aviso no perfil que sou mulherzinha pra caralho, mas ninguém acredita. E digo sem vergonha que chorei horrores, tanto na veterinária, enquanto ele tomava a injeção, quanto em casa, quando finalmente peguei na pá para fazer a cova do bichinho. A próxima pedreira vai ser contar para as crianças.
Tchau, Estopa.