terça-feira, 22 de janeiro de 2008

When you're facing a loaded gun, what's the difference?

Quando Martin Scorsese levou o Oscar de direção e filme por Os Infiltrados eu pensei: lá vai mais um prêmio pela obra que a Academia distribui de vez em quando. Na verdade eu não acreditava que Scorsese tinha feito um filme que podia ganhar o prêmio máximo do cinema comercial. Tudo por conta de um certo preconceito que eu criei ao longo dos anos: sempre disse que me faltavam, literalmente, culhões para gostar dos filmes dele. Explicando, acho que ele faz filmes com temáticas tipicamente masculinas, por exemplo a lealdade entre homens, assuntos que meio que fogem do meu conhecimento. Além disso, os filmes são nova-iorquinos, ficando a meio caminho - geográfico e estético - dos cinemas europeu e hollywoodiano.
Mesmo assim aluguei Os Infiltrados - sim, eu ainda sou daquelas que não baixa filme na internet. E pow! Soco no queixo! Me conquistou do princípio ao fim. Veja o trailer para relembrar:



Filme antigo, de sucesso, todos já sabem a história, todos já devem ter suas opiniões, então apenas alguns apontamentos. Primeiro, sobre o elenco:

- Jack Nicholson nunca, nunca, nunca, nunca deixará de ser Jack Torrance.
- Matt Damon é perfeito para o papel de "eu sou um idiota", mesmo quando ele é um idiota com sorte e faz você morrer de raiva.
- Leonardo DiCaprio tem a pegada mais sexy que eu já vi no cinema nos últimos anos - eu quero ser a Gisele Bündchen!!!
- A despeito de tudo e de todos, eu amo Mark Wahlberg.

Agora alguns apontamentos sobre o filme e não, eu não estou nem aí se você não viu:

- Amei a gravata e o robe de oncinha do Frank Costello!
- Maravilhoso o contraponto entre a vida de rei do malvado e a vida de cão do bonzinho para cada um entrar no mundo a que não pertence.
- Se o Tarantino usa o sangue de uma forma lúdica, o Scorsese usa o sangue de uma forma chocante.
- Tem que ser muito macho para jogar o Martin Sheen do sexto andar de um prédio - e essa é uma hora em que o sangue choca.
- Duas cenas que eu vou guardar para todo o sempre: a da primeira ligação de celular entre Sullivan/Costigan e a do elevador. A primeira, tensão máxima. A segunda, fator surpresa.
- Adoro filmes em que não sobra ninguém - ou quase ninguém.

Ah, claro, e é impossível não deixar de falar na belíssima, eletrizante e muito bem mandadada trilha sonora. Uma pena que o álbum não traga todas elas.

Update: Eu achava que a última música que toca no trailer aí em cima não estava no álbum, mas está. A Raquel e o Danilo , do Volume, que deram a dica. É Comfortably Numb, do Pink Floyd. I love YouTube:



O que se tira disso tudo? Que vou ter que me render e ver mais filmes de Scorsese para ter certeza que não deixei passar nenhuma outra maravilha.

Em tempo: não sou idiota a ponto de não respeitar ou de minimizar o trabalho dele, apenas ressalto a falta completa de afinidade.

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