terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A Menina que Roubava Livros


Certos livros não deveriam trazer a foto do autor. Um deles é "A Menina que Roubava Livros" (Intrínseca, 500pgs, R$ 21,20), em que Markus Zusak faz uma narração do ponto de vista da Morte. Não é possível conceber aquele cara novinho (assim, da minha idade), de queixo quadrado e cabelo jogado, sorrindo (vejam vocês, ele sorri!) escrevendo coisas como fez uma pausa silenciosa de doze frases ou pra mim, o céu era da cor dos judeus.

Esse é mais um livro da série "peguei na biblioteca porque estava na seção de indicados". Volta e meia eu chego nessa prateleira para me obrigar a conhecer autores diferentes. Essa obra me chamou a atenção. Primeiro de longe, pela belísima capa. Depois pelo título: eu já fui uma menina que roubou livro e consigo lembrar da primeira vez que eu entrei numa biblioteca, da primeira vez que entrei numa livraria, do primeiro livro que eu tive e da sensação que esses três momentos causaram na minha vida.

Só em casa fui descobrir que a narradora era a Morte. E, putz, ela não era bem como eu imaginava. Não no início. Muito leve, muito lírica, muito meiga. Depois me acostumei com toda sua poesia.

Minha segunda descoberta foi uma história de uma menina alemã, pobre, na II Guerra. Mas o que ainda há para ser dito sobre a II Guerra? Ainda mais por garotinhas leitoras? Já não houve uma judia famosa? Bem, essa é alemã. Mas gosta de judeus. Para mim, que não li Anne Frank, a maneira do tempo passar foi fabulosa, ver que aquela informação da aula de história de que a guerra durou só seis anos deixa de ser relevante quando você está no meio da disputa e não sabe exatamente quanto ela vai durar.

No final, o livro deixa passar uma nesga de 'inspirado em fatos reais', já que termina na Austrália, onde o autor nasceu, filho de pais que cresceram na Alemanha nazista e na Áustria.

Ok, acompanhei Liesel Meminger, seus amigos, seus dramas. Odiei nazistas, amei judeus. Não seria fabuloso se tudo terminasse em 1945? Agora, depois de ler outras histórias, tudo parece meio repetitivo.

Mais informações sobre Markus Zusak e A Menina que Roubava Livros? Tem o site oficial (com a foto) e uma entrevista no ReadingGroupGuides.com

Anotação Mental da Suzanne - sempre que ouço, leio, vejo outra história sobre a II Guerra me pergunto: e aí, já não está na hora de se falar de Israel e Palestina?

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